Wednesday, December 12, 2007

Salve Pátria - Câmara Cascudo


Segue bela poesia patriótica de Luís da Câmara Cascudo, maior folclorista do Brasil (embora não se julgasse sequer um folclorista, considerando Gustavo Barroso - seu grande amigo e companheiro de militância na Ação Integralista Brasileira - o "mestre incontestável do folclore brasileiro"), além de um dos mais brilhantes poetas, jornalistas, etnólogos, sociólogos, historiadores e ensaístas jamais nascidos neste País.

Salve Pátria !

Mãe de heroísmos, vida, força, esplendor, esperança nossa, salve ! A vós bradamos, os humildes soldados de vossa grandeza, e a vós suspiramos, gemendo e sonhando nesta hora de combate. Ela, pois, advogada do nosso passado, a nós volvei, perpetuamente, os exemplos dos nossos mortos e depois da batalha, conservai-nos puros ante vossa presença augusta.

Bendito seja o fruto da vossa história. Oh nobre ! Oh altiva ! Oh sempre gloriosa Pátria, mantem-nos fiéis ao espírito e à Terra do Brasil, para que possamos viver em vosso serviço e morrer defendendo as cores sagradas de vossa BANDEIRA IMORTAL !

(Publicada na Revista "Anauê" em agosto de 1935)

Ave Maria - Fernando Pessoa


Segue um lindo poema feito por Fernando Pessoa em homenagem a Maria, mãe de Jesus Cristo.

Ave Maria, tão pura
Virgem nunca maculada ouvi a prece tirada no meu peito da amargura. Vós que sois cheia de graça escutai minha oração, conduzi-me pela mão por esta vida que passa. O Senhor, que é vosso Filho, que seja sempre conosco, assim como é convosco eternamente seu brilho. Bendita sois vós, Maria, entre as mulheres da Terra e voss'alma só encerra doce imagem d'alegria. Mais radiante do que a luz e bendito, oh Santa Mãe é o Fruto que provém do vosso ventre, Jesus ! Ditosa Santa Maria, Vós que sois a Mãe de Deus e que morais lá no céus, orai por nós cada dia. Rogai por nós, pecadores, ao vosso Filho, Jesus, que por nós morreu na cruz e que sofreu tantas dores. Rogai, agora, oh Mãe querida e (quando quiser a sorte) na hora da nossa morte quando nos fugir a vida. Ave Maria, tão pura Virgem nunca maculada, ouvi a prece tirada no meu peito da amargura.