Thursday, October 28, 2010

Discurso do Papa Bento XVI aos prelados da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (Regional Nordeste V) em visita "ad limina apostolorum"


Quinta-feira, 28 de Outubro de 2010



Amados Irmãos no Episcopado,

«Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo» (2 Cor1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Lendo os vossos relatórios, pude dar-me conta dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.

Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. Gaudium et spes, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, conseqüência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático – que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana – é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitæ, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida «não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo» (ibidem,82).

Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sócio-político de um modo unitário e coerente, é «necessária — como vos disse em Aparecida — uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o "Compêndio da Doutrina Social da Igreja"» (Discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. Gaudium et spes 75).

Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. «Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambigüidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana» (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17 de setembro de 2010).

Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve «encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política» (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.

Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baía da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade.

Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Benção Apostólica.

Carta à Revista de História da Biblioteca Nacional

Os diversos textos referentes ao Integralismo, publicados na edição deste mês de outubro da Revista de História da Biblioteca Nacional, que traz, na capa, famosa foto de Plínio Salgado, demonstram, ao menos, o reconhecimento da importância que este representa para a História do Brasil.
Infelizmente, porém, a Revista de História da Biblioteca Nacional repetiu velhos chavões que há decênios vêm sendo repetidos pela chamada intelligentsia deste País, caracterizada, antes de tudo, pelo sectarismo “esquerdista” e pelo preconceito ideológico, publicando alguns artigos repletos de imprecisões a respeito do Integralismo. Dentre tais artigos, os mais cheios de imprecisões são os de Gilberto Grassi Calil e de Roney Cytrynowicz. O primeiro afirma, por exemplo, que os Integralistas foram os “cães de guarda” da ordem burguesa, quando, em verdade, sempre foram anticapitalistas e antiburgueses (vide, por exemplo, as obras O capitalismo internacional, de Miguel Reale, e Espírito da burguesia, de Plínio Salgado), e afirma, também, que os Integralistas não eram verdadeiros democratas por considerarem os comunistas inimigos da Democracia, quando qualquer um que conheça um pouco de História e tenha ouvido falar em Lênin, Trótski, Stálin, Béria, Brejnev, Pol-Pot, Mao Tsé-Tung e em diversos outros tiranos e assassinos comunistas sabe muito bem que os comunistas são, sim, inimigos da Democracia.
Já o texto de Cytrynowicz afirma, dentre outros absurdos, que a primeira Marcha Integralista teve quarenta mil participantes, quando na verdade teve apenas cerca de quarenta, sendo conhecida como Marcha dos Quarenta, e que o Integralismo é racista, nega a Democracia e o pluralismo político e prega o “controle absoluto do Estado sobre a sociedade”. Ao contrário, o Integralismo sempre se opôs ao racismo, reunindo, inclusive, milhares de negros, alguns dos quais ocupando mesmo posições de liderança nos quadros da AIB; sempre defendeu a Democracia Orgânica, em que a Sociedade é representada por meio de seus Grupos Naturais como as Paróquias, os Sindicatos, as Corporações e os Municípios e se opôs à absorção da Sociedade e dos Grupos Naturais que a compõem pelo Estado, defendendo a intangibilidade da Pessoa Humana em face desse mesmo Estado. As linhas que lerão a seguir, escritas por Plínio Salgado, constam do artigo Nacional Socialismo e Cristianismo Social, publicado a 14 de fevereiro de 1936 no jornal A Ofensiva, e respondem a essas e a várias outras acusações infundadas presentes em diversos artigos da revista.
“No caso da Alemanha, não tenho dúvida (pelo que tenho lido nos livros nazistas, notadamente no livro de Hitler – Minha Luta – e pelo que tenho deduzido das medidas e iniciativas governamentais), que o governo hitlerista está, sem dúvida alguma, infringindo as mais sagradas leis naturais e humanas e dando lugar a que católicos, ciosos do livre arbítrio e da intangibilidade do homem e de sua família, se rebelem contra o Estado. (...) O ascetismo, a mística, (...) a super-humanização do tipo do Fuehrer, a sua divinização ao ponto de o considerarem, os mais exaltados, a encarnação de Odin, exprime um artificialismo político que foge de toda a base e equilíbrio da razão humana. Nós, os integralistas, que somos coisa absolutamente diferente do nazismo e do fascismo, não nos cansamos de dizer que o nosso fundamento é cristão”.
Há, porém, na revista, um artigo magnífico e honestíssimo. É o artigo de Alberto da Costa e Silva, da Academia Brasileira de Letras, sobre a revista de alta cultura Cadernos da Hora Presente, dirigida pelo grande poeta e ensaísta Integralista Tasso da Silveira.
Finalizamos a presente carta ressaltando que, ao contrário do que afirma Hélgio Trindade, o Integralismo não é o “pesadelo dos anos 30”, “rejeitado pela História”, mas sim o “sonho nacionalista e espiritualista” de que fala Miguel Reale em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo a 17 de dezembro de 2005, e que constituiu, na expressão de Gerardo Mello Mourão, em entrevista ao Diário do Nordeste, o “mais fascinante grupo da inteligência do País”.
Victor Emanuel Vilela Barbuy, Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira.São Paulo, 28 de outubro de 2010-LXXVIII.

Sunday, October 24, 2010

Nota de esclarecimento à revista Istoé

A revista Istoé, na reportagem intitulada Os santos e santinhos de uma guerra suja, demonstrou profundo descompromisso com a verdade, gritante desonestidade intelectual e total desconhecimento a respeito do que são e do que defendem a Igreja e os movimentos tradicionalistas.
Ao contrário do que afirma a revista, o Apelo a todos os brasileiros e brasileiras é autêntico e não contém “boatos” e nem “informações falsas” a respeito do PT e de Dilma Rousseff. O Apelo a todos os brasileiros e brasileiras, que só contém informações verídicas e comprovadas a respeito do PT e de sua candidata à Presidência da República, foi elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul-I da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sendo que a Presidência e a Comissão Representativa dos Bispos do Regional Sul-I da CNBB, em reunião ordinária, julgaram por bem acolher tal Apelo, recomendando, ainda, sua ampla difusão.
Isto posto, passemos ao Integralismo. Em primeiro lugar, tal Movimento não é inspirado no fascismo italiano, mas sim nos ensinamentos perenes do Evangelho, na Doutrina Social da Igreja, nas tradições pátrias e nos ensinamentos de pensadores como Alberto Torres, Farias Brito e Jackson de Figueiredo.
Ademais, ao contrário do que sustenta a supracitada reportagem, o Integralismo jamais foi contrário à participação da Sociedade (não composta apenas de civis, mas também de militares) no Estado. Aliás, o Integralismo sempre defendeu a Democracia Orgânica, em que a Sociedade é representada por meio de seus Grupos Naturais, a exemplo das Paróquias, dos Sindicatos, das Corporações e dos Municípios.
Ainda diversamente do que afirma a revista Istoé, a Ação Integralista Brasileira (AIB), não foi “um dos maiores partidos de massa do País”, mas sim o primeiro e maior “partido de massas” do Brasil e que era tão democrático (na acepção legítima do termo) que escolheu seu candidato às eleições presidenciais que deveriam ocorrer em 1938 por meio de um plebiscito em que votaram mais de oitocentas mil pessoas, enquanto os demais partidos da época, bem como os de hoje, se caracterizavam pelos métodos autocráticos pelos quais escolhiam seus candidatos...
Por fim, os Integralistas não apoiam Serra e o PSDB, que, tanto no ideário quanto na prática, são muito próximos do PT, e nenhum Integralista jamais doou dinheiro algum para a campanha do Sr. Índio da Costa ao cargo de Deputado Federal. O Sérgio Vasconcellos que teria doado dinheiro para a campanha do atual candidato a Vice-Presidente pela chapa de José Serra é apenas um homônimo de nosso Secretário Nacional de Doutrina e Estudos.

Victor Emanuel Vilela Barbuy, Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira. São Paulo, 24 de outubro de 2010-LXXVIII.

Friday, October 22, 2010

Nota de esclarecimento da FIB

Diante das tão difundidas acusações de que nós outros, os Integralistas, somos os responsáveis pela onda de “boatos” contra o PT e que estaríamos ligados ao candidato José Serra, do PSDB, julgamos oportuno fazer alguns esclarecimentos:
1º - Não há nenhum “boato” contra o PT, uma vez que o “boato” pressupõe a inexistência de autor conhecido que o autentique e o Apelo a todos os brasileiros e brasileiras, que alguns Integralistas ajudaram a difundir, - juntamente com centenas, quiçá milhares de não-Integralistas - apenas seguindo a recomendação de diversos Bispos da Igreja, tem autor conhecido, que não é senão a Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul-I da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Como é sabido, a Presidência e a Comissão Representativa dos Bispos do Regional Sul-I da CNBB, em reunião ordinária, julgaram por bem acolher tal Apelo, recomendando, ademais, sua ampla difusão.
O Apelo a todos os brasileiros e brasileiras se encontra disponível, por exemplo, no portal da Diocese de Guarulhos, no seguinte endereço eletrônico: http://www.diocesedeguarulhos.org.br/miolo.asp?fs=menu&seq=729&gid=10.
2º – O responsável pelo ocorrido foi o próprio PT, que, em seu III Congresso, realizado em setembro de 2007, assumiu a descriminalização do aborto como programa partidário; o próprio PT, que, em setembro de 2009, puniu os Deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso por serem contrários ao aborto; o próprio PT, que, em fevereiro de 2010, durante o IV Congresso Nacional, manifestou incondicional apoio ao 3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), assinado pelo atual Presidente e pela então Ministra da Casa Civil, e que reafirma a luta pela legalização do aborto; o próprio PT, que aclamou a ex-Ministra da Casa Civil, que já defendeu a descriminalização do aborto em inúmeras ocasiões, como candidata à Presidência da República; o próprio PT, que boicotou a CPI do aborto, que investigaria as origens do financiamento de campanhas de legalização do aborto no Brasil.
3º – Nós outros, os Integralistas, não apoiamos Serra ou o PSDB, como já afirmamos diversas vezes. Aliás, o ideário do PSDB e do PT é muito parecido e diversos erros do atual (des)Governo já estavam presentes no (des)Governo anterior, do PSDB, como podemos ver, por exemplo, pela política econômica de ambos, que privilegia claramente o capital especulativo em detrimento do capital produtivo. Ademais, quase todas as aberrações do PNDH-3 já estavam presentes, ainda que de forma um pouco mais branda, nos PNDHs 1 e 2, do (des)Governo FHC, como, aliás, já apontamos em artigo intitulado Ponderações a respeito do III Programa Nacional de Direitos Humanos e publicado em janeiro deste ano [1].
Mais do que isso, os Integralistas não apoiam qualquer partido e rejeitam a liberal-democracia burguesa, que não é senão uma politicocracia a serviço da plutocracia internacional, a ela opondo a Democracia Integral, a Democracia Orgânica, onde as pessoas serão representadas por meio dos Órgãos, dos Grupos Naturais a que pertencem no seio da Sociedade e em cujo seio contribuem para o Bem Comum da Nação, a exemplo das Paróquias, dos Municípios, dos Sindicatos e das Corporações.
4º – Antes de nos demonizar, os petistas deveriam se lembrar que há e houve diversos Integralistas no PT, a exemplo do saudoso Professor Ignacio da Silva Telles, um dos fundadores de tal partido, e do também saudoso Osmar Pedrollo, um dos pioneiros do PT no Mato Grosso. O irmão do Professor Ignacio, o igualmente saudoso Professor Goffredo Telles Junior, que também foi ligado ao PT, foi, como o irmão, Integralista até o último de seus dias, sendo, ainda, colaborador da Casa de Plínio Salgado, cuja imagem certos militantes petistas vêm tentando denegrir. Há, ainda, Integralistas em outros partidos da base aliada, a exemplo do PMDB e do PP; por outro lado, cumpre ressaltar que jamais ouvimos falar de Integralistas no PSDB...
5º - Nenhum Integralista doou dinheiro para qualquer campanha do Sr. Índio da Costa. O Sérgio Vasconcellos que doou dinheiro para a campanha do atual candidato a Vice-Presidente da República pela chapa de José Serra é apenas um homônimo do Secretário Nacional de Doutrina e Estudos da FIB...
6º – O Integralismo, ao contrário do que têm afirmado certos militantes do PT, não é um movimento de extrema-direita. Aliás, partindo da concepção integral do Universo e do Homem, o Integralismo não aceita os critérios de “direita” e “esquerda”, que remontam ao tempo da revolução burguesa de 1789 e nada mais exprimem na hora presente.
Ademais, o Integralismo é diverso do Fascismo, sobretudo no que diz respeito à concepção de Estado e de Direito. Enquanto o Fascismo defende que o Estado é um fim e encarna a própria Ética, o Integralismo sustenta que o Estado é um meio, um instrumento da Pessoa Humana e do Bem Comum e que não encarna a Ética, mas é transcendido por ela. Do mesmo modo, para o Fascismo, o Estado é o criador de todo o Direito, restando excluído, pois, o Direito Natural, Direito Natural que o Integralismo, ao contrário, sempre afirmou.
Isto posto, cumpre assinalar que o Integralismo é também – e mais ainda – diverso do Nazismo, sendo, ao contrário deste, adversário figadal do racismo, tanto que reuniu em suas fileiras milhares de negros, incluindo personalidades como Guerreiro Ramos, Abdias do Nascimento, Ironides Rodrigues, Sebastião Rodrigues Alves, João Cândido e Dario de Bittencourt, sendo que este último chegou a ser Chefe Provincial da Ação Integralista Brasileira no Rio Grande do Sul. Ademais, o Integralismo defende a vida, se opondo radicalmente ao aborto, ao passo que a Alemanha de Hitler foi a segunda nação do Mundo a legalizar o aborto, sendo a primeira a União Soviética...
Por fim, para o governo de muitos militantes petistas, o Integralismo nada tem que ver com a TFP e Plínio Salgado não é Plínio Correa de Oliveira...

***


Feitos tais esclarecimentos, julgamos oportuno sublinhar que o fato de o Integralismo ainda incomodar tanta gente, a ponto de tantos jornais, bem como sítios e blogues da rede mundial de computadores, haverem falado de nós outros, desesperados por estarmos aqui, alertas em defesa da Pátria ameaçada, só mostra a força de nossa Doutrina, a única Doutrina capaz de realmente amedrontar as forças da antitradição e da antinação.
Nas duas vezes em que houve o risco de serem implantadas ditaduras comunistas no Brasil, lá estavam os Integralistas, alertas, para defender a Nação, ainda que com isso pudessem sofrer graves consequências, incluindo a perda das próprias vidas. Contra a ditadura estadonovista de Vargas, a mais brutal da História Pátria, foram os Integralistas os únicos que derramaram o seu sangue. Assim, conscientes de que estamos, como no passado, alertas e dispostos a tudo para defender o Brasil Profundo, Verdadeiro e Autêntico por elas tão odiado, as forças antitradicionais e antinacionais, que ainda pranteiam a queda do Muro de Berlim e tentam edificar na nossa América um novo Leste Europeu, nos temem mais do que tudo. Para elas, um fantasma ronda o Brasil. É o fantasma do Integralismo.
Anauê!
Pelo Bem do Brasil!


Victor Emanuel Vilela Barbuy, Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira.
São Paulo 22 de outubro de 2010-LXXVIII.

[1] BARBUY, Victor Emanuel Vilela. Ponderações a respeito do III Programa Nacional de Direitos Humanos. Disponível em: http://cristianismopatriotismoenacionalismo.blogspot.com/2010/01/ponderacoes-respeito-do-iii-plano.html. Acesso em 21 de outubro de 2010.

Saturday, October 16, 2010

Militantes petistas tentam calar a Igreja e a imprensa

Neste sábado, 16 de outubro, por volta das 14:00, um grupo de militantes petistas enfurecidos tentou invadir, armado de paus, empresa de jornal responsável pela publicação de panfletos encomendados oficialmente pela Diocese de Guarulhos. Os panfletos continham o Apelo a todos os brasileiros e brasileiras, da Regional Sul I da CNBB, que traz provas cabais da política abortista do PT. Os referidos militantes, que não aceitam que a Igreja e a imprensa tenham liberdade, desconhecendo – ou fingindo desconhecer – as resoluções de seu próprio partido, acusavam de mentirosos e “boateiros” aqueles que tão somente reproduziam tais resoluções.

Friday, October 15, 2010

Gustavo Barroso, racista?


Por Sérgio de Vasconcellos




Hoje corre mundo a afirmação de que Gustavo Barroso era racista, acusação que ganhou ares científicos depois que “historiadores” passaram a sustentá-la e divulgá-la. No entanto, como procedem os “ilibados” pesquisadores? Pegam passagens em que Barroso fala de anti-semetismo, amputam-nas, descontextualizam-nas, adulteram-nas mesmo, e apresentam tais trechos falsificados como “prova” incontestável que o nosso saudoso Companheiro era racista. Nós, Integralistas, sabemos perfeitamente o que pensar desta caterva, que de historiadores só possuem o rótulo, pois, são, na verdade, marxistas se fingindo de pesquisadores. Mas, muitos Brasileiros se deixam iludir pela pretensa cientificidade das provas apresentadas e, na impossibilidade de verificar direta e pessoalmente as fontes, acabam por curvar-se ao argumento de autoridade, afinal, estariam mentido tantos professores, mestres e doutores? Sim, infelizmente, estão mentindo, mentindo pela gorja, e o que estes canalhas escrevem não vale o que o gato enterra.

Mas, perguntar-me-ão, Barroso não falou em “anti-semitismo”? Sim, de fato, Gustavo Barroso empregou tal expressão, porém, toda a questão é esta: Teria Gustavo Barroso, naquela época, o mesmo entendimento de “anti-semitismo” que o imposto pelos supostos historiadores que pontificam totalitariamente nas Universidades ou mesmo pelo simples senso comum dos nossos dias? Para responder de forma leal e sincera, transcreverei a seguir alguns trechos do Autor de “O Integralismo em Marcha”.

Eis o que ele disse no "O Integralismo e o Mundo", pág. 17:
"Separam-nos, no entanto, diferenças profundas: O Fascismo se enraiza na gloriosa tradição do Imperio Romano e sua concepção do Estado é cesariana, anti-cristã. O Estado nazista é tambem pagão e se basêa na pureza da raça ariana, no exclusivismo racial. Apoiado nêste, combate os judeus. O Estado Integralista é profundamente cristão, Estado forte, não cesarianamente, mas cristãmente, pela autoridade moral de que está revestido e porque é composto de homens fortes. Alicerça-se na tradição da unidade da pátria e do espirito de brasilidade. Combate os judeus, porque combate os racismos, os exclusivismos raciais, e os judeus são os mais irredutiveis racistas do mundo" (Gustavo Barroso, "O Integralismo e o Mundo". 1ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1936, 290 págs.).

Ora, Barroso, julgava o seu "anti-semitismo" uma forma de ANTI-RACISMO e não de racismo, e isso pode ser confirmado pela seguinte passagem de "Judaísmo, Maçonaria e Comunismo", pág. 10: "Entre nós, o anti-semitismo não póde provir dum sentimento racista, porque o brasileiro é eminentemente contrário a qualquer racismo; porém, dêsse sentido exatamente anti-racista. O que traz o mundo nos sobressaltos continuos atuais, minado pelo revolucionarismo e pelo terrorismo, é justamente o racismo judaico. O judeu não se mistura com outros povos, mantem através dos séculos a pureza de sua raça, e, dentro das outras nações, alicerçado nêsse racismo, conserva a sua nacionalidade, feito um Estado dentro do Estado"(Gustavo Barroso, "Judaísmo, Maçonaria e Comunismo". Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1937. 235 págs., il.). Portanto, paradoxalmente, ele era um "anti-semita" por ser anti-racista... Evidentemente, não estou entrando no mérito da justeza ou não da apreciação barrosiana sobre os judeus, só estou dizendo que ele não se entendia como racista, e atribuir a ele intenções racistas redundará numa compreensão viciosa e viciada do seu Pensamento. Também não pretendo tapar o Sol com a peneira, pelo contrário, estou querendo impedir que seus raios sejam interceptados por algum material opaco...

Não concordo, não posso concordar, que se coloque o Pensamento Barrosiano numa camisa de força ideológica, pré-estabelecida, que assim pode ser caracterizada: Todo o anti-semitismo é racismo; ora, Gustavo Barroso era anti-semita, logo, Gustavo Barroso era racista. Sinto, me perdoem, mas não posso compactuar com tal silogismo – um belo sofisma! -, um reducionismo que não esclarece coisa alguma, ao contrário, só serve para dificultar a apreensão e compreensão da Obra Barrosiana em sua especificidade.

Já transcrevi aqui dois trechos de Gustavo Barroso, em que ele diz claramente que o seu anti-semitismo não é racismo. Que ele não enfocava esse tema sobre o prisma racial, ele o diz desde a primeira Obra em que aborda a “Questão Judaica”(como se dizia na época), “Brasil, Colônia de Banqueiros”, onde afirma na pág. 71: “O anti-semitismo é muito mais antigo que o cristianismo. Nem foi creação dêste. Porque o judaísmo foi o problema mais dificil e perigoso de todos os tempos, não como problema racial ou religioso; porem como problema politico e econômico”(Gustavo Barroso, “Brasil, Colonia de Banqueiros. 2ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1934, 259 págs.).

Vejam o que diz Barroso no “Judaísmo, Maçonaria e Comunismo”, pág. 128:
“Não somos racistas e encontramos apesar de natural simpatia pelo Nazismo, graves defeitos no racismo germanico, os mêsmos que brilhantemente aponta Pierre Lucius no seu livro “Les Révolutions Étrangéres”. Um brasileiro profundamente brasileiro e ao mesmo tempo descendente de raças as mais diversas só por um contrasenso seria racista. Aliás, o estudo constante e amoroso de nossa história mostra que a Nação brasileira é o produto de um espirito de continuidade, de um sentimento e de um pensamento comuns, sem cor de pele ou indagação de procedencia.
“Então, por que combate sem coerencia o judaismo? Perguntarão os abelhudos. E responde-se, serenamente: Combate-se o “racismo judaico” em nome da ausencia de racismo brasileiro. Não se pode admitir que o povo de Israel entenda de se não misturar com os outros, de ser um quisto irredutivel no seio de todos os povos; não se póde admitir que os judeus nascidos no Brasil pertençam a “colonias israelitas” e a toda a espécie de organizações israelitas públicas e secretas”(Gustavo Barroso. “Judaismo, Maçonaria e Comunismo”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1937, 235 págs., il.).

No livro “Sinagoga Paulista” – que tanta celeuma causou -, no meio de um capítulo em que critica um judeu paulista, revela nas págs. 68 e 69, que o filho do dito judeu é Integralista e mais, que esperava que o mencionado judeu “imite o filho, vista uma camisa-verde e venha trabalhar conôsco”(Gustavo Barroso, “Sinagoga Paulista”. 3ª edição revista e com acrescimos. Rio de Janeiro: Empresa Editora ABC, 1937, 281 págs.). Ora, se Barroso fosse um anti-semita racista, não seria mais lógico que ele combatesse a entrada de judeus na A.I.B ao invés de concitá-los a vestir a Camisa-Verde?

Poderia multiplicar as citações, mas, para quê? Afinal, para os inteligentes, as que fiz serão suficientes. Para os demais, basta o dito de nosso sábio Povo: Quem é burro, pede a Deus que o mate e o diabo que o carregue.

Não conheci Barroso, mas, fui amigo pessoal de vários Integralistas que o conheceram e privaram de sua amizade – só para citar um, o Companheiro Benedicto de Aquino, que aparece depondo no filme “Soldados de Deus” -, e, posso afirmar com tranqüilidade e certeza do que estou dizendo que, Gustavo Barroso não nutria qualquer preconceito racial em relação aos judeus. Ninguém é obrigado a acreditar na minha palavra, mas, isso não alterará a verdade em nada.

Só quero deixar bem claro que, não tirei da Obra de Barroso nada que ela não contivesse, ao contrário dos pseudo-historiadores, que atribuem à Barroso opiniões que ele nunca externou. Barroso não era racista, e os que prosseguirem mantendo este julgamento, não estão mais no terreno da razão, mas, no da crença, crença pessoal e ideológica, de que Barroso era racista. Não conheço toda a Obra de Gustavo Barroso, que é imensa - só perde para Coelho Netto em número de livros publicados -, mas, já li todos os seus Livros Integralistas, vários anteriores ao Sigma, e diversos posteriores ao fechamento ilegal da A.I.B. pelo funesto Estado Novo, e, adianto, que nada encontrei neles que justificasse a afirmação de que Gustavo Barroso era racista. Portanto, concluindo, não estou no terreno da crença, mas, no da Verdade, no da autêntica Ciência Histórica, no terreno dos fatos e dos documentos, e, portanto, posso afirmar com toda a Razão: Gustavo Barroso era anti-racista.

Antes de finalizar, não posso deixar de abordar um aspecto que ficou em aberto mais acima: Não seria exagerada a opinião de Gustavo Barroso em atribuir aos judeus um posição racista? Ora, todos nós que convivemos com judeus, por qualquer razão, podemos dar o nosso testemunho de que os mesmos não são racistas, muito pelo contrário. Então, como explicar a surpreendente generalização de Barroso? Na época em que escreveu sua denúncia, a maioria dos judeus no Brasil eram estrangeiros, recém chegados, portanto, com as cautelas comuns aos imigrantes – judeus ou não -, o que reforçaria o estereótipo do judeu que não quer integrar-se na Vida Nacional. Nós, que vivemos sete décadas depois, quando duas gerações de judeus – filhos e netos daqueles imigrantes -, não só nasceram, mas se deixaram assimilar perfeitamente pelo nosso Povo, sendo bons Brasileiros, sem os pruridos exclusivistas de seus avós, temos uma visão da colônia judaica de que não poderia dispor o ínclito Gustavo Barroso. Evidentemente, não estou dizendo que não existam judeus racistas, eles existem e são ativos, como o prova – só para citar um exemplo -, o artigo da revista judaica “Veja”, de tempos atrás, onde os judeus – também tomados generalizadamente – são apresentados como superiores aos demais Povos.

Outrossim, entre os próprios judeus há manifestações de anti-judaismo, e exemplo famoso e inquestionável é o do judeu Kyssel Mordechai, mais conhecido por Karl Marx, que no seu “A Questão Judaica”, denuncia generalizadamente o judaísmo. Portanto, se algum fanático, desses que vêem nazistas até debaixo da cama, quiser vir com acusações ridículas, sugiro que vá primeiro fazer uma auto-crítica junto dos seus pares e depois, venham... nos pedir desculpas – aos Soldados de Deus e da Pátria – pelas injúrias que sempre assacaram contra o Integralismo.

(Obs.: Em todas as transcrições o autor conservou a ortografia da época)

Thursday, October 07, 2010

O Integralismo e o Homem Integral


Por Victor Emanuel Vilela Barbuy

O Integralismo Brasileiro, ou, simplesmente, Integralismo, não é, como preleciona Gustavo Barroso, um partido, mas sim “uma Ação Social, um Movimento de Renovação Nacional em todos os sentidos”, pregando “uma doutrina de renovação política, econômica, financeira, cultural e moral” [1]. No mesmo sentido, ensina Plínio Salgado que:
“O Integralismo não é um partido: é um movimento. É uma atitude nacional. É um despertar de consciências.
É a marcha gloriosa de um Povo” [2].
Não cansamos de repetir, outrossim, que o Integralismo não é um partido, mas sim um Movimento, e um Movimento doutrinário. Mais do que isso, o Integralismo é uma Doutrina, fundamentalmente Cristã e brasileira, inspirada, antes de tudo, nas lições perenes do Evangelho, na Doutrina Social da Igreja e nas tradições nacionais e caracterizada sobretudo pela concepção integral do Universo e do Homem.
O Integralismo não é uma ideologia, mas uma Doutrina, uma vez que se apoia na Tradição, na realidade, no Homem concreto, e não em abstrações surgidas na cabeça de intelectuais sonhadores de utopias. Aliás, como Doutrina essencialmente realista que é, o Integralismo condena todas as utopias e tem plena consciência de que não se pode construir o Paraíso na Terra. Em uma palavra, o Integralismo é uma Doutrina realista para o Homem, a Sociedade e a Nação reais.
O Integralismo não deseja o Nacionalismo fraco, resumido ao culto à Bandeira e ao Hino Nacional, nem tampouco o Nacionalismo exacerbado, xenofóbico e agressivo. Considerando estas duas posições como meras modalidades do falso Nacionalismo, o Integralismo defende um Nacionalismo justo, sadio, forte, lúcido, equilibrado, edificador e vivificador, alicerçado na Tradição e tendente ao Universalismo.
Do mesmo modo, não deseja o Integralismo o Estado fraco do liberalismo nem tampouco o Estado Totalitário, mas sim o Estado Integral, que é o Estado Ético, transcendido pela Ética e movido por um ideal ético, não sendo um princípio e nem um fim, mas tão somente um meio, um instrumento a serviço da Pessoa Humana e do Bem Comum.
Como sublinha Plínio Salgado, no discurso intitulado Cristo e o Estado Integral e proferido a 12 de junho de 1937, durante a sessão soleníssima das Cortes do Sigma, no Rio de Janeiro, o Estado Integral é essencialmente “o Estado que vem de Cristo, inspira-se em Cristo, age por Cristo e vai para Cristo” [3].
O Estado Integral é essencialmente revolucionário. Renovando-se sempre, é ele a Revolução Permanente em marcha. Com efeito, a própria Doutrina Integralista é essencialmente revolucionária. Conciliando Tradição e Renovação, Conservação dos valores perenes e Progresso, a Revolução Integralista nada tem que ver, é claro, com o processo antitradicional iniciado com a chamada “Reforma” e o chamado “Renascimento” e que tem como marcos a “Revolução” (anti)Francesa, a “Revolução” (anti)Russa e o Maio de 1968 em Paris. É, antes, a Revolução no sentido tradicional do vocábulo, que corresponde ao sentido astronômico do mesmo e que definimos como sendo uma mudança de atitude em face da realidade e dos problemas, uma transmutação integral de valores no sentido de destruir os valores passageiros da antitradição e de restaurar os valores perenes da Tradição, uma revolta do Espírito da Nobreza contra o Espírito da Burguesia, dos arautos e paladinos do Império de Ariel contra as hordas do Império de Calibã. Em uma palavra, fazemos nossas as palavras de António Sardinha, principal doutrinador do Integralismo Lusitano, quando este afirma:
“Como homens de tradição, somos assim renovadores e, como tal, revolucionários” [4].
O objetivo do Integralismo não é, pois, a reforma e muito menos a conservação da ordem ora vigente, mas sim a Revolução que edificará uma Ordem Nova, restaurando o Primado do Espírito e reconduzindo o Brasil às bases morais de sua formação.
Enganam-se redondamente aqueles que pensam que somos os cães de guarda da burguesia e do capitalismo. Ao contrário, somos violentamente antiburgueses e anticapitalistas, inimigos figadais do Espírito Burguês e do Império de Mamon. Isto posto, cumpre assinalar que o capitalismo não é o regime da propriedade privada e da livre iniciativa, que defendemos e que já existem desde os primórdios da Humanidade, muito antes, portanto, do nascimento do capitalismo, que somente se deu durante a denominada Idade Moderna. O capitalismo é, em verdade, o sistema econômico no qual o sujeito da Economia é o Capital, sendo considerado o acréscimo indefinido deste o objetivo final e único de toda a produção.
Primeiro “movimento de massas” do Brasil, o Integralismo, que representa, na expressão de Gerardo Mello Mourão, o “mais fascinante grupo da inteligência do País” [5], é, antes e acima de tudo, uma escola de Moralidade, Civismo, Patriotismo e Nacionalismo, bem como radiante foco de irradiação, inexpugnável cidadela e vigilante atalaia do Brasil Profundo, Autêntico e Verdadeiro.
O lema do Integralismo é “Deus, Pátria e Família”; sua saudação é o “Anauê!”, de origem indígena e significado incerto [6], e seu símbolo é a letra grega Sigma maiúscula, escolhida por Leibniz para indicar a soma dos infinitamente pequenos, além de ter sido o símbolo pelo qual os primeiros cristãos gregos indicavam Deus e que servia de sinal de reconhecimento, uma vez que a palavra SOTEROS, ou SALVADOR, principia por um Sigma e termina por um Sigma. Por derradeiro, o Sigma é a letra que designa a Estrela Polar do Hemisfério Sul, onde está situado o Brasil. O Sigma, símbolo do Integralismo, está, portanto, presente na ciência, na Tradição religiosa da Cristandade e nas próprias estrelas de nosso firmamento [7].
A Doutrina Integralista, exposta, desde 1932, em diversos manifestos doutrinários e programáticos, livros, discursos e artigos publicados em jornais, revistas, boletins e, de alguns anos para cá, também em diversas páginas da rede mundial de computadores, está sintetizada – e de forma magistral – já no seu documento inaugural, o denominado Manifesto de Outubro, divulgado em São Paulo aos sete dias do mês de outubro do referido ano.
O Manifesto de Outubro, da lavra do grande escritor, jornalista e pensador patrício Plínio Salgado, criador e principal doutrinador do Integralismo Brasileiro, defende, em suma, a concepção integral do Universo e do Homem; a Democracia Orgânica; a Família, cellula mater da Sociedade; o Município, cellula mater da Nação; o Princípio de Autoridade; a Harmonia e a Justiça Social; o Nacionalismo sadio e construtivo e a ideia do Estado Ético-Integral. Ao mesmo tempo, condena o materialismo e o Espírito Burguês em todas as suas faces.
Plínio Salgado, Chefe Perpétuo da Revolução Integralista e, portanto, Eterno Líder do grande, nobre e belo Movimento de Renovação Social e Nacional a que denominamos Integralismo, preleciona que “o Integralista é o soldado de Deus e da Pátria, homem-novo do Brasil, que vai construir uma grande Nação” [8].
A Doutrina Integralista é uma formadora, educadora integral de homens de pensamento e de ação conscientes de sua missão e da missão que Deus deu ao Brasil, como herdeiro e continuador de Portugal, de dilatar a Fé e o Império.
Não há que se falar em Educação Integral do Homem sem antes se falar em Fé, Autoridade, Disciplina, Hierarquia e Obediência. O Homem Integral é, com efeito, um Homem de profunda fé religiosa, obediente, disciplinado, respeitador da Autoridade e da Hierarquia. É, além disso, um Homem profundamente honesto, bom e heroico, disposto mesmo aos maiores sacrifícios em prol de Deus, da Pátria e da Família. Aliás, como salienta Gustavo Barroso, a Revolução Integralista é a “regeneração pela disciplina, pela bondade, pelo sacrifício e pelo heroísmo” [9].
O Homem Integral é o Homem que venceu o ceticismo, a descrença, o comodismo, a covardia física e mental, o apego aos prazeres e aos bens materiais.
O Homem Integral é, ademais, o Homem que tem plena consciência de que deve buscar a santidade, uma vez que aquele que não luta para ser santo, para ser perfeito, não tem moral para lutar por Cristo ou por uma Sociedade mais justa, não podendo ser, pois, uma pedra viva do Novo Império, da Nova Civilização, da Nova Humanidade, da Idade Nova em cujo limiar nos encontramos.
O Homem Integral é, enfim, o Homem que venceu o burguês que havia dentro de si, o Homem em quem o Espírito da Nobreza triunfou sobre o Espírito da Burguesia, em quem Ariel derrotou Calibã.
São estes os ideais do Integralismo, Doutrina dos séculos XX e XXI, que os falsos profetas adeptos das ideologias dos séculos XVIII e XIX não cansam de combater por todos os métodos possíveis, incluindo os mais escusos, conscientes que estão da ameaça que a Doutrina Integralista, profundamente realista, representa para suas utopias. Neste dia 07 de Outubro de 2010, quando celebramos os setenta e oito anos do lançamento do Manifesto de Outubro, rogamos a Deus que todos os patriotas sinceros enganados por tais ideologias despertem de seu sono e de seu sonho, percebendo que estão cultuando deuses mortos há muito tempo, carregando cadáveres já putrefatos desde que o Mundo deixou para trás a era do lampião de gás, do tear mecânico e do motor a vapor. Que todos eles se levantem e, em torno da Bandeira Azul e Branca do Sigma, lutem conosco, ombro a ombro, por um Brasil Maior e Melhor.
No prefácio ao livro Filosofia, Pedagogia, Religião, do pensador, engenheiro, sociólogo, historiador, educador e doutrinador Católico e Integralista Lúcio José dos Santos, o historiador Afonso de Escragnolle Taunay, demonstrando profunda admiração pelo Integralismo, observa que o autor de A Incofidência Mineira mostra quanto, “acima de tudo, correram-lhe os dias empolgados pelo dever integral”. “Seu lema inflexível”, prossegue Taunay, “filia-se à tríade, grandiosa como nenhuma outra, do Deus, Pátria, Família” [10]. Peçamos, pois, a Deus, para que corram os nossos dias empolgados pelo dever integral e para que nos mantenhamos sempre filiados à tríade, de grandiosidade ímpar, de “Deus, Pátria e Família”.
Pelo Bem do Brasil!
Anauê!

Victor Emanuel Vilela Barbuy, Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira, São Paulo, 07 de Outubro de 2010-LXXVIII.

[1] BARROSO, Gustavo. O que o Integralista deve saber. 5ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira S/A, 1937, pp. 9-10.
[2] SALGADO, Plínio. O que é o Integralismo. 4ª ed. In Idem. Obras Completas. 2ª ed., vol. IX. São Paulo: Editora das Américas, 1957, p. 77.
[3] Idem. O Integralismo perante a Nação. 3ª ed. In Idem. Obras Completas. 2ª ed., vol. IX. São Paulo: Editora das Américas, 1957, p. 200.
[4] SARDINHA, António. A Teoria das Cortes Gerais. 2ª ed. Lisboa: qp, 1975, p.283.
[5] MOURÃO, Gerardo Mello. Entrevista concedida ao Diário do Nordeste. Disponível em:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=414001. Acesso em 20/03/2010.
[6] BARROSO, Gustavo. O que o Integralista deve saber, cit., p. 149; CASCUDO, Luís da Câmara. Que quer dizer “anauê”? In Anauê!, ano II, n° 12, Rio de Janeiro, setembro de 1936, p. 29. Também disponível em: http://espacoculturalcamaracascudo.blogspot.com/2007/06/que-quer-dizer-anau.html. Acesso em 06 de de outubro de 2010.
[7] Cf. BARROSO, Gustavo. O que o Integralista deve saber, cit., p. 147.
[8] Citamos de memória.
[9] BARROSO, Gustavo. Espírito do século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira S/A, 1936, p. 38.
[10] TAUNAY, Afonso de E. Algumas palavras. In SANTOS, Lúcio José dos. Filosofia, Pedagogia, Religião. São Paulo: Comp. Melhoramentos, 1936, p. 7.