Wednesday, August 20, 2014

Nacionalismo no Mundo: Alberto Buela e a teoria do dissenso*

Em novembro de 2013 tive o privilégio de conhecer pessoalmente Alberto Buela durante a participação dele em um congresso em Curitiba, ocasião em que foi lançado no Brasil o seu livro “Hispano-América contra o Ocidente” pela editora Austral. Estava assistindo a conferência quando levei um susto: terminada a palestra, ele diz que gostaria de perguntar à plateia qual o legado do grande nacionalista brasileiro Plínio Salgado nos dias de hoje. Desajeitadamente eu tentei improvisar algo. Mas a pergunta foi uma deixa para abordá-lo no intervalo das apresentações. Durante as conversas nos próximos dias – ele estava de férias e iria passou mais alguns dias na cidade, o que me permitiu ciceroneá-lo pelo litoral do Paraná e apresentá-lo ao substancioso prato típico da região, o barreado – descobri que esse admirável professor de Filosofia da Universidade de Buenos Aires com doutorado em Sorbonne conhecia muito mais a respeito da contribuição de Plínio Salgado ao pensamento brasileiro do que a imensa maioria dos nossos compatriotas.
Esse prolífico autor – mais de vinte livros e dezenas de artigos – realizou incursões em outras áreas além da Filosofia, como a Metapolítica, tendo fundado e dirigido entre 1994 e 1999 a revista Disenso, primeira revista ibero-americana voltada para essa temática. Em seus livros e artigos sobre o tema, esse argentino com fortes raízes no peronismo condena a subserviência das elites ibero-americanas aos interesses anglo-americanos com a mesma ênfase com que condena o comunismo. Para ele, apenas uma maior aproximação dos povos dos países da Ibero-América com as suas próprias tradições e raízes poderá nos poupar de uma globalização imposta com brutalidade crescente pelas elites financeiras de Wall Street e da City of London
 
Espero que esta breve entrevista ajude os companheiros integralistas a conhecerem melhor este autor argentino que vê na consolidação dos laços entre os dois grandes povos irmãos da América Ibérica, brasileiros e argentinos, o pilar para o surgimento do que nós integralistas poderíamos chamar de Quarta Humanidade.
 
Boa Leitura!
***
Don Alberto, poderia começar explicando aos brasileiros em que consiste a sua teoria do dissenso?
 
Frente à ideologia do consenso, encorajada a partir do poder nas nossas sociedades periféricas e dependentes dos poderes estrangeiros, propomos o dissenso, entendido como “outro sentido” em relação ao politicamente correto e ao pensamento único. Dissentir por dissentir não tem nenhum sentido, mas dissentir com propostas alternativas é a melhor e mais eficaz maneira de exercer a liberdade de pensamento.
 
O dissenso é o que permite criar una crítica concreta, porque está apoiado nos fatos, na sociedade de consumo. O dissenso supõe uma ancoragem na realidade, pois essa dissensão ocorre não de acordo com tal ou qual utopia, mas de acordo com os fatos concretos que provocam a nossa desconformidade. Defendemos a educação no dissenso como uma contribuição significativa aos tão propalados direitos humanos. A base da liberdade de expressão se encontra na criação do dissenso, como aplicação ao debate e à controvérsia.
 
Por sua vez, o exercício do dissenso supõe um método que temos estudado em vários dos nossos livros, como “Ensaios de Dissenso”, “Pensamento de Ruptura”, “Dilemas do nosso Tempo” e outros.
 
Os passos do dissenso como método, didaticamente expostos são:
 
Primeira etapa: o método como propedêutica
 
1-   A preferência por nós mesmos (parte-se de um ato valorativo);
2-    Genius loci (desde onde);
3-   As tradições vivas dos nossos povos (as tradições vivas, não as mortas)
 
Segunda etapa: A projeção do homem em direção ao homem, o mundo e os seus problemas,
 
1 – a indagação pelo outro e pelos outros (homem-mundo)
2 – a dissensão (os problemas)
3 – a superação do dissenso: em busca da construção do nosso próprio relato.
 
No seu livro “Hispano-América contra o Ocidente”, o senhor afirma que um dos fatores que explica porque a civilização e o homem ibero-americanos são diferentes dos ocidentais e da sua atual civilização, é que os europeus que chegaram a América eram ainda medievais e, por tanto, anteriores à “Revolução Mundial”. Em que consistiu esta “Revolução Mundial” e quais as suas consequências até os dias atuais?
 
Falo de Revolução Mundial no mesmo sentido em que o fizeram Christopher Dawson, Hilaire Belloc, Eric Voegelin, Julio Meinvielle, Walter Schubart - no Brasil quem o fez foi Tristão de Athayde (1893-1983) - e tantos outros pensadores não conformistas. A Revolução Mundial começa com a Reforma e a instauração do primado da consciência, continua com a Revolução Francesa e a substituição da filosofia pela ideologia, segue com a Revolução Bolchevique e seus cem milhões de mortos em setenta anos e termina hoje com o Totalitarismo Democrático e a sua ideia de globalização, onde todas as culturas são intercambiáveis para a construção de um monstruoso one world.

Em sua obra o senhor afirma que o homem Ibero-americano é uma síntese entre o europeu católico e medieval e o indígena telúrico. Entretanto, este processo não é uma simples mistura, de maneira que o resultante desta síntese (o homem ibero-americano) é mais do que a simples soma de seus componentes (europeu e indígena). Poderia nos contar um pouco mais a respeito desta síntese? Quais são as principais características desse homem surgido no continente americano?
 
Bolívar dizia que não era “nem tão espanhol e nem tão índio” e o mesmo podemos dizer de nós mesmos “nem tão espanhóis ou portugueses e nem tão índios”. É por isso que nós constituímos o verdadeiro e genuíno povo originário da América. Essa originalidade e característica tão própria se expressa nos nossos arquétipos nacionais: o “cholo” na Bolívia e Peru, o “montubio” no Equador, o “huaso” no Chile, o “gaucho” na Argentina, o “llanero” na Colômbia e Venezuela, o “charro” para o México, o “ladino” na Guatemala, o “borinqueño” para Porto Rico e São Domingos, etc. No caso do Brasil, que é um continente, possui vários arquétipos, no sul o gaúcho, no nordeste o sertanejo, no sudeste o caboclo, e vários outros.
 
Nós somos uma cultura de síntese porque convergem em nós várias culturas. Os antropólogos norte-americanos falam em multiculturalismo para referir-se aos povos ibero-americanos, o que é um erro, porque nós somos, verdadeiramente, um interculturalismo.
 
O senhor escreveu a respeito da importância dos grandes espaços existentes na América na formação do caráter do homem ibero-americano, distinto do europeu que tem relativamente pouco espaço disponível para a sua civilização. Como a grandiosidade da paisagem americana nos ajudou a ser o que somos hoje?
 
O imenso, o ilimitado, aquilo que o filósofo pré-socrático Anaximandro denominou “to ápeiron”, marcou para sempre o caráter do homem sul- americano, sobretudo no Brasil e na Argentina. “O pampa, disse Drieu la Rochelle viajando com Jorge Luís Borges, é uma vertigem horizontal” e o sertão “sempre uma impressionante lonjura”.
 
O fato de não ver os limites fez dele um homem naturaliter livre. A solidão da imensidão fez dele um individualista, não da maneira liberal, mas um individualista fraternal, que sempre se conduziu no trato com o outro tendo como referência a ideia de hospitalidade.
 
Enquanto os espanhóis e portugueses fizeram a opção por uma colonização integrando os povos nativos da América, os ingleses optaram por exterminar os indígenas do novo continente e substituí-la por uma população branca, anglo-saxã e protestante. Como estas diferentes maneiras de colonizar influenciaram o caráter dos povos das duas Américas? É isso que provoca a eterna vontade dos americanos do norte de submeter todo o mundo ao “american way of life”?
 
Se fosse verdade que o mundo conhecido, desde o surgimento da escrita, passou por quatro éons, que são os grandes períodos de tempo em que podemos dividir as principais linhas da história, podemos dizer que o homem americano do norte encarna o éon prometeico e o ibero-americano o éon gótico-barroco. O primeiro dirige o seu olhar para a dominação da terra e o segundo o seu olhar para as alturas, que tampouco possuem limites. O homem prometeico é o arrogante titã que se rebelou contra os deuses, o astuto usufrutuário da natureza, por meio do uso do fogo. O homem gótico-barroco nas vastas planícies, sem obstáculos, percebe sua pequenez e impotência. Olha o sublime em silêncio e o atrai. Não vai contra o divino, mas se coloca a seu serviço.
 
Hoje vemos que na Europa talvez alguns países estejam começando a despertar, como vemos pelas expressivas votações de partidos nacionalistas em diversos países. Mas na Ibero-América até agora não vimos nada parecido com isso. Como o senhor vê a situação atual para os nacionalistas do continente? E o futuro? Um despertar ainda é possível? Como escapar da tirania da globalização?
 
O único nacionalismo possível e viável na Ibero-América é o nacionalismo continental do qual nos falaram, entre outros, o chileno Joaquín Edward Bello, Juan Perón, Plínio Salgado, o boliviano Carlos Montenegro, etc.
 
Temos que nos libertar de uma vez e para todo o sempre do nacionalismo “de países”, do nacionalismo paroquial, do nacionalismo chauvinista e passar ao nacionalismo da Pátria Grande da qual nos falou don Manuel Ugarte.
 
Porque nós temos que constituir o “grande espaço sul-americano”, um espaço, além disso, autocentrado que tenha autonomia e autarquia próprias, sem nenhuma dependência estrangeira. Sem ir mais longe, imaginamos uma moeda comum entre o Brasil e a Argentina, um Banco Central comum, uma bolsa comercial e uma aduana em comum. Isso sozinho comoveria o mundo, ao menos o mundo financeiro, comercial e empresário. 
 
Nós na América do Sul temos um território comum e contínuo de quase 18 milhões de quilômetros quadrados, o dobro da Europa e o dobro dos Estados Unidos, somos cerca de 420 milhões de habitantes e temos impressionantes 50.000 quilômetros de vias navegáveis. Pode imaginar semelhante poderio conduzido de maneira autocentrada? Mudaríamos as regras do jogo mundial ou ao menos nos transformaríamos em jogadores importantes nas grandes ligas da política internacional.
 
Como filósofoo que o senhor acha do estado atual do pensamento ibero-americano? Temos hoje una produção intelectual ibero-americana ou todas as universidades e centros de pesquisa estão nas mãos dos cipaios do liberalismo e do marxismo?
 
Por dever de ofício nós conhecemos todo o panorama da filosofia na Ibero-América país por país e tínhamos uma informação atualizada quando editamos a revista de filosofia e metapolítica Disenso (1994-2000). Atualmente nossa informação é muito mais pobre. De maneira que vamos falar com algum temor de estarmos equivocados.
 
A filosofia na Ibero-América tem milhares de professores que em geral lecionam utilizando manuais que vem da Europa. Há algumas centenas de pesquisadores, que em geral sãoespecialistas no mínimo, em pesquisas que não conduzem a nenhum lado e que, praticamente, não servem para nada. Há também alguns mestres de filosofia, aqueles grandes professores que conseguem mostrar as grandes linhas das ideias em jogo e, finalmente, alguns poucos e contados filósofos que exercem e executam um pensamento especulativo, ou seja, um pensamento que é speculum, espelho, do que é a realidade, da nossa realidade.
 
Deixamos ex professo de lado os milhares de “analfabetos loquazes” que são todos aqueles que falam de filosofia sem saber do que estão falando (magos, astrólogos, curandeiros, esotéricos, jornalistas, orientalistas, locutores, políticos, et alii).
 
Brasil teve mestres como don Miguel Reale e teve filósofos como Vicente Ferreira. Hoje conheço um bom filósofo como Nilo Reis de Feira de Santana. Argentina teve mestres como Coriolano Alberini e filósofos como Nimio de Anquín. Hoje tem filósofos como Silvio Maresca. Venezuela teve filósofos como Maiz Vallenilla. México teve Gómez Robledo ou José Vasconcelos, Perú teve Alberto Wagner de Reyna, com certeza o maior filósofo sul-americano da segunda metade do século XX. Colômbia teve mestres como Danilo Díaz Vélez e um grande filósofo como Gómez Dávila. Inclusive o Uruguai teve um mestre de filosofia como Juan Llambías de Azevedo.
 
Todos estes filósofos ibero-americanos, para além da sua filiação política, têm um tema em comum: a nossa identidade e o sentido da Nossa América.
 
O marxismo não tem nem teve filósofos, apenas ideólogos, isto é, pessoas que usam as ideias em função dos interesses de um grupo ou classe social. Na América do Sul o marxismo penetrou nos quadros da Igreja a partir do diálogo de católicos e marxistas, no qual os católicos foram usados como carne de canhão na luta por uma libertação, na qual sempre faltou o povo, que estava à margem desta deformidade teórica. A filosofia da libertação, de matiz marxista, ficou somente na enunciação de um programa sem desenvolver nenhuma tese própria ou duradoura na filosofia.

Atualmente há uma grande discussão nos movimentos nacionalistas da Europa e da Ibero-América a respeito do bolivarianismo venezuelano e o seu “socialismo do século XXI”. Para alguns, o chavismo seria uma proposta nacionalista de Terceira (ou Quarta) Via. Para outros, o regime venezuelano é uma variação mais ou menos disfarçada do velho comunismo cubano, com muito discurso e nenhuma substancia. Qual a sua opinião a respeito deste tema?
 
O movimento chavista da Venezuela é para nós uma grande desilusão intelectual e um fracasso político. Uma grande desilusão intelectual porque acreditávamos no “bolivarianismo”, pois para nós o apelo a Bolívar tem um enorme significado. É um fracasso político porque com a morte de Chávez caiu o que ele havia feito de bom. Hoje o regime venezuelano, no descalabro mais angustiante, não beneficia nem mesmo os cubanos. Nós estivemos na Venezuela duas vezes e com o comandante Chávez três (duas na Argentina e uma em Caracas). Lembro que comentei com ele a proposta de Correa, secretário-geral da CGT de Cuba, de criar um partido único, que esse seria o abraço de urso para a Venezuela. As coisas vão de mal a pior na pátria de Bolívar e é porque, como dizia Aristóteles em Protréptico, “a falta de formação (paideia) combinada com o poder, engendra o desatino”.
 
Temos visto muitas declarações de boas intenções por parte dos presidentes do Mercosul – principalmente das presidentes do Brasil e da Argentina – e muito pouco de efetivo no processo de integração da Ibero-América. O senhor acredita que ainda podemos esperar algo positivo do Mercosul ou devemos buscar outro modelo para fortalecer as relações entre os nossos países?
 
O Mercosul não tem sido outra coisa além de uma aliança comercial entre as burguesias de Buenos Aires e São Paulo. Só isso.  
 
Uma integração entre Brasil e Argentina tem que começar pelo que temos em comum: ver o inimigo no imperialismo anglo/norte-americano. E tudo o que venhamos a fazer deve girar em torno dessa premissa. 1) Consolidar mecanismos de defesa comum (produção para a defesa). 2) Uso exclusivo do portunhol como língua comum, eliminando ou modificando os termos que nos confundam. 3) Equivalência universitária, jurídica, comercial, civil e penal. 4) moeda, Banco Central, bolsa e aduana comuns.
 
Não há nenhuma possibilidade de integração sul-americana real e efetiva sem uma integração prévia entre Argentina e Brasil. Convocar Suriname e Guiana para uma possível integração sul-americana é convocar Holanda e Inglaterra, o que não faz sentido politicamente. 
 
Depois de ler o seu livro “Hispano-América contra o Ocidente”, recentemente traduzido para o português, me pareceu que há muitos pontos convergentes entre o pensamento do senhor e do fundador do integralismo brasileiro, Plínio Salgado. Qual a sua opinião a respeito da obra de Salgado? Pode-se dizer que os senhores pertencem à mesma linha de pensamento quando defendem a visão de que os países da Ibero-América são o resultado de uma cultura de síntese? Gostaria de enviar uma mensagem para os militantes integralistas?
 
Plínio Salgado foi um homem excepcional que superou o seu tempo e os seus meios. Sua proposta de uma Revolução Integralista se apoia na doutrina social da Igreja, na recuperação da identidade nacional, na crítica ao capitalismo internacional “para opulentar os cofres de Wall Street e da City”, segundo as suas palavras. Propõe uma sã e criteriosa reforma agrária e uma terceira posição para além do liberalismo e do marxismo. A união entre tradição e ciência. A integração da Nossa América: “Temos de reatar o fio da política bolivariana, iniciando, porém, a campanha por um esforço no sentido de uma unidade sentimental, cultural e econômica”. Em fim, tem um ar de proximidade com o peronismo.
 
Plínio Salgado é, ademais de político, um pensador político de raiz católica tradicional e ele o demonstra não apenas em suas ideias mas também nos autores católicos citados em todas as suas obras: monsenhor Fulton Sheen, Louis Saleron, Oliveira Viana, Michele Federico Sciacca, Leo Gabriel, Nicolás Berdiaev e tantos outros. E nesse sentido a sua definição de Estado coincide totalmente com a visão católica de todos esses pensadores: “Não podemos conceber um Estado que, sendo parte, absorva o todo: o todo que é a Nação”. Como vemos, a acusação de totalitarismo que se faz contra Salgado é totalmente falsa. O que ele propõe é: “Os governos fortes, mantenedores das liberdades públicas e disciplinadores das liberdades privadas que atentam contra as públicas.”
 
Aqueles que fazem parte do pensamento único e que fazem parte do politicamente correto demonizaram-no, principalmente no Brasil. Diante de tais falsidades e mentiras, o melhor é guardar silêncio e trabalhar no que ele trabalhava. Por exemplo, a recuperação da tradiçãotupi-guarani inserida no mundo criollo, no mundo gaúcho e caboclo que abarca os três estados do sul do Brasil. Se me lembro bem, Salgado tinha um palavra de ordem: Anauê,que na língua tupi quer dizer: “você é meu irmão”.  
 
Por tudo isso, gostaria de deixar uma mensagem aos atuais militantes dessa corrente política: O Integralismo brasileiro é uma Revolução Inconclusa que vocês têm que concluir, tem de realizar.
 

Alexandre Villacian

Um dos dirigentes do núcleo de Curitiba (PR), Alexandre é também coordenador da Secretaria de Relações Internacionais da Frente Integralista Brasileira.

Nota:
[1] Para quem desejar conhecer melhor a teoria do Disenso, basta acessar a página disenso.info

*Entrevista originalmente publicada no Portal da Frente Integralista Brasileira e disponível em: http://www.integralismo.org.br/?cont=781&ox=270. Acesso em 20 de agosto de 2014.

Monday, August 18, 2014

Alberto Hoffmann, in memoriam*

Faleceu, na cidade de Porto Alegre-RS, no último dia 09 de janeiro, aos noventa e três anos de idade, o nosso ínclito companheiro Alberto Hoffmann, que foi e é, sem dúvida alguma, um dos mais notáveis vultos não apenas da denominada segunda geração integralista, mas de todo o Integralismo, assim como um dos mais ilustres expoentes da comunidade teuto-brasileira e um dos mais virtuosos, honrados e íntegros políticos patrícios.
Foi no Município de Ijuí, no interior rio-grandense, que, aos trinta dias do mês de novembro do ano de 1920, nasceu este grande homem público gaúcho e brasileiro, que tão alto ergueu o auriverde Pavilhão Nacional e a bandeira azul e branca do Sigma. Filho primogênito de Henrique Luiz Hoffmann e de Maria Magdalena Bohn Hoffmann, Alberto herdou de seus antepassados oriundos da Alemanha todos os valores que, no dizer de Jorge Wolfgang Globig, Presidente da Federação dos Centros de Cultura Alemã no Brasil (FECAB), já falecido, “caracterizam os teuto-brasileiros”, a saber, o amor à Pátria e à Família, a grande dedicação ao trabalho e ao estudo e a profunda religiosidade [1].
Cresceu, assim como os irmãos Ervino, Edgar e Léo, também já falecidos,  na Fazenda Frutífera Ijuiense, fundada pelo pai e ainda hoje pertencente a seus descendentes, atualmente sob a denominação de Floricultura Hoffmann. Fez o curso primário na escola municipal do travessão Linha Dois, em Ijuí, se recordando, com muita emoção, até o fim de sua longa existência, da primeira professora, D. Dinorah Klever. Mais tarde estudou dois anos no Colégio Santo Alberto, dirigido pelos padres palotinos e situado na localidade de Serra Cadeado, hoje Município de Augusto Pestana. Em 1935 começou a cursar, como aluno interno, o Ginásio Cristo Redentor, dos irmãos maristas, na Municipalidade de Cruz Alta. Nos anos de 1937 e 1938, estudou em Lageado, na Escola Técnica de Comércio, também dirigida pelos irmãos maristas e na qual, em dezembro de 1938, se formou guarda-livros, profissão que depois passou a se denominar contador.
Posteriormente, na Capital Gaúcha, aproveitando a lei de habilitação dos economistas, realizou exame de provisionamento oral e escrito e, aprovado, recebeu o diploma de economista em 1959.
Em 1939, começou a trabalhar na agência de Ijuí do Banco Pfeiffer de Lageada, depois sucedido pelo Banco Industrial e Comercial do Sul e pelo Banco Sul-Brasileiro. Mais tarde, trabalhou no Banco da Província e em uma indústria local, do mesmo modo que, dentro de suas possibilidades de tempo, colaborou com o pai na Fazenda Frutífera Ijuiense.
Casou-se, aos 14 de fevereiro de 1942, com Adelina Rieger, com quem teve quatro filhos: Ana Maria, engenheira química, casada com o também engenheiro químico Wilson Bussacos; Ademar, engenheiro metalúrgico, casado com a professora Ana Maria Mattioli Leite, natural de Minas Gerais; Alice, odontologista, casada com o médico Hélio Paulo Nunes; Anneliese, médica, casada com o também médico Antônio Carlos Kruel Pütten.
Nos onze anos em que, após se haver formado guarda-livros, residiu em Ijuí, cidade de que é, inegavelmente, o filho mais ilustre, Alberto Hoffmann participou ativamente, como observou Hugo Hammes, da vida social, econômica e política de sua cidade natal, havendo sido, dentre outras coisas, Secretário da Associação Comercial local e Presidente da Sociedade Ginástica Ijuí [2].
Após o ocaso do denominado Estado Novo, Alberto Hoffmann, que desde a mais tenra idade se interessara pela vida política e que estava firmemente decidido a nela ingressar, leu os programas dos diferentes partidos políticos e consultou amigos. Durante a passagem, por Ijuí, do Dr. Wolfram Metzler, ouviu ele o discurso deste grande médico, antigo membro da Ação Integralista Brasileira (AIB) e um dos principais líderes do Partido de Representação Popular (PRP) no Rio Grande do Sul. Havia lido e apreciado alguns livros de Plínio Salgado, principal doutrinador do Integralismo e Presidente do PRP, que adotara esta doutrina essencialmente cristã e brasileira, assim como a Carta de Princípios de tal agremiação política, escrita pelo autor de Vida de Jesus e de Psicologia da Revolução. Assim, ingressou no PRP, “cujo programa e doutrina”, na expressão de Hugo Hammes, “melhor se coadunavam com o seu pensamento e seus ideais” [3].
A Carta de Princípios do PRP tem, como salientou Hammes, os seguintes princípios básicos: “Deus, valor supremo, e subordinação da política aos preceitos espirituais; amparo à família; intangibilidade e liberdade da pessoa humana; consagração do regime democrático representativo [4], direito de propriedade, com o seu uso subordinado ao bem comum; independência e soberania do Brasil; dignidade do trabalho; fortalecimento do grupo profissional; defesa do municipalismo” [5].
No mês de fevereiro de 1947, o diretório municipal do PRP de Ijuí escolheu Alberto Hoffmann como candidato a Prefeito, tendo João Carlos Azambuja como vice. Não foi eleito por pouco, perdendo para Joaquim Porto Vilanova por uma pequena margem de votos.
Em 1950, foi eleito Deputado Estadual pelo PRP, havendo obtido, em seu município natal, “uma votação consagradora”, e, na região e no restante do Rio Grande do Sul, se beneficiado por haver feito “dobradinha” com Wolfram Metzler, grande defensor dos agricultores da região colonial e que foi candidato a Deputado Federal, havendo sido igualmente eleito. Em Santo Cristo, então distrito de Santa Rosa e hoje município autônomo, Metzler e Hoffmann alcançaram mais de 60% dos votos para a Câmara Federal e a Assembleia Legislativa, respectivamente [6].
Hoffmann tomou posse como Deputado Estadual a 15 de março de 1951, tendo como companheiros de bancada do PRP os deputados Nestor Pereira, Helmuth Closs e Guido Mondin. Este último, que foi, além de político e industrial, um consagrado pintor e escritor, tornou-se um grande amigo de Hoffmann e retratou, em uma de suas pinturas, a propriedade rural de Luiz Henrique Hoffmann, pai de Alberto, havendo, ainda, dedicado ao amigo, correligionário e companheiro de ideais o poema Mate lavado, que, escrito em Brasília, fala com saudades do interior do Rio Grande do Sul e de seus costumes e tradições [7].


Em sua vida pública, como escreveu Hammes, Hoffmann frequentemente se serviu do rádio para a propagação das ideias e dos ideais que defendia. No tempo em que residiu em Ijuí, chegou a ter, com a colaboração de Ney Alberto Castro, um programa semanal na Rádio Santo Ângelo, do município gaúcho que leva este nome. Mais tarde, em Porto Alegre, assessorado por companheiros de ideal e pelo jornalista Segundo Brasileiro Reis, foi o responsável pelo programa Palestra com o Rio Grande, na Rádio Farroupilha. Em tal programa radiofônico, que permaneceu no ar por doze anos e contou com o valioso apoio do empresário Egon Renner, Hoffmann, além de expor o seu pensamento e os princípios da Doutrina Integralista e de transmitir as notícias do Partido de Representação Popular, prestava sempre contas de sua atividade parlamentar e de secretário de Estado [8].
Alberto Hoffmann exerceu, ao todo, três mandatos de Deputado Estadual: de 1951 a 1955; de 1955 a 1959 e de 1963 a 1967. Ocupou, inclusive, a presidência da Assembleia Legislativa gaúcha, entre 20 de abril de 1957 e 21 de abril de 1958, imprimindo dinâmico ritmo à administração e contando com o reconhecimento de seus pares e da comunidade rio-grandense [9]. Na qualidade de Presidente da Assembleia Legislativa, assumiu, interinamente, o cargo de Governador do Rio Grande do Sul [10], de 29 de maio a 08 de junho de 1957 e de 09 a 16 de dezembro do mesmo ano. Foi, ainda, Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul por cinco mandatos: de 1959 a 1963; de 1967 a 1971; de 1971 a 1975; de 1975 a 1979 e de 1979 a 1983.
Interrompeu Hoffmann suas atividades parlamentares em três oportunidades, a fim de exercer cargos no chamado Poder Executivo rio-grandense, a saber, aqueles de Secretário da Agricultura (1959-1961), no governo de Leonel Brizola; Secretário da Economia (1964), no segundo governo de Ildo Meneghetti, e de Secretário do Interior, Desenvolvimento e Obras Públicas (1980 a 1982), no governo de José Augusto Amaral de Souza.
Por nomeação do Presidente da República, General João Baptista Figueiredo, após prévia aprovação do Senado, assumiu Hoffmann as funções de Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) aos 18 de maio de 1983. Entre as suas mais relevantes iniciativas como Ministro do TCU, podemos sublinhar a instituição de mecanismos para diminuir a burocracia na distribuição de recursos do Fundo de Participação dos Municípios e do Fundo de Participação dos Estados. Graças a ele, com efeito, o pagamento das contas passou a ocorrer no mesmo dia, por intermédio do Banco do Brasil, na totalidade do território nacional.
Foi Vice-Presidente do Tribunal de Contas da União em 1986 e 1987, cabendo-lhe, em 1989, o honroso cargo de Presidente de tal instituição, cargo este que deixou “consagrado”, na expressão do jornalista João Emílio Falcão, do Correio Braziliense. Segundo este, a administração de Hoffmann foi marcada pela presença cada vez maior do TCU na vida pública nacional, verificado no noticiário, e que se deveu ao fato de corresponder aos anseios da Sociedade pela moralização dos costumes [11].   
Em 1982, contando com a indicação de convencionais liderados pelo Senador Tarso Dutra, Alberto Hoffmann foi candidato ao Senado da República pelo Partido Democrático Social (PDS), sucessor da Aliança Renovadora Nacional (ARENA), agremiação a que se filiara em 1966, após a extinção de todos os partidos políticos até então existentes e o início do bipartidarismo, com a ARENA, defensora dos ideais do Movimento Revolucionário de 31 de Março de 1964, e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), que reunia os opositores do regime instalado pelo referido movimento cívico-político-militar. Teve como suplente a Professora Colorinda Sordi e como companheiro de sublegenda o Dr. Carlos Alberto Chiarelli, advogado e professor universitário. A soma de votos deu a cadeira do Senado a Chiarelli. Em 1990, já aposentado como Ministro do Tribunal de Contas da União, Hoffmann, na condição de primeiro suplente diplomado pela Justiça Eleitoral, tornou-se Senador, em razão de Chiarelli haver sido guindado ao cargo de Ministro da Educação e Cultura pelo Presidente da República, Fernando Collor de Mello, deixando vaga a cadeira na Câmara Alta.
Senador entre 19 de abril de 1990 e 04 de dezembro do mesmo ano, destacou-se Hoffmann, antes e acima de tudo, pela defesa do Município, pugnando pela valorização das comunas brasileiras e pela maior participação destas na receita da União.
Conforme assinalou Nelson Oscar de Souza, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e professor universitário, foi Alberto Hoffmann um homem público que cultuou valores, valores estes colhidos “no convívio de uma Família cristã do interior gaúcho”, e que cresceu dia a dia, pelo trabalho, havendo a Pátria recolhido “os frutos de sua dedicação e de seus sacrifícios”. Em Deus, “fonte de todos os valores”, ainda na expressão do professor e magistrado rio-grandense, soube Hoffmann sempre confiar, Nele havendo, com efeito, sempre ancorado “o seu trabalho e a sua fé” [12].
“Personalidade marcante”, foi Hoffmann, no dizer de Arlindo Mallmann, ex-Presidente da FECAB (Federação dos Centros de Cultura Alemã no Brasil), “um homem público identificado com a sua comunidade”, assim como um “líder inconteste” no Rio Grande do Sul, “principalmente das populações de ascendência alemã”. Ainda nas palavras de Mallmann, testemunha dos esforços de Hoffmann em prol do municipalismo, tomou este “medidas concretas, transformadas em lei, em prol do fortalecimento da célula mater da nação” [13].
“Líder municipalista”, Hoffmann assumiu, desde o princípio de sua vida pública, na expressão de Hugo Hammes, “a bandeira do municipalismo”, uma das diretrizes fundamentais do Partido de Representação Popular (PRP) [14], assim como de toda a Doutrina Integralista. Poucos foram, em verdade, os homens públicos patrícios que fizeram tanto pelo bem dos municípios quanto Hoffmann, tanto no Rio Grande do Sul, como Deputado Estadual e, depois, Secretário do Interior, Desenvolvimento e Obras Públicas, quanto no Brasil como um todo, como Deputado Federal, Ministro do Tribunal de Contas da União e Senador.
Consoante salientou Antônio Pires, ex-Prefeito de Bagé pelo PRP e ex-Presidente da SUDESUL (Superintendência de Desenvolvimento da Região Sul), foi Hoffmann “um patrimônio pessoal e político de primeira grandeza”, movido por um “permanente otimismo realista, jamais feito de passividade, mas de serena firmeza na ação” e cuja “longa e fecunda vida pública” foi “indesviável da dignidade humana e da constante observância do bem comum, em efetivo amor à família, dedicação à pátria e temor a Deus” [15].
Hoffmann, que, em sua atuação parlamentar e política, sempre procurou “inspiração no exemplo e no legado desse eminente rio-grandense” que foi Wolfram Metzler [16], sempre considerou que “o único e grande objetivo a perseguir deve ser a grandeza da nação brasileira e o bem-estar de seu povo como um todo” [17].
Não podemos encerrar a presente homenagem a Alberto Hoffmann sem assinalar que foi este um dos fundadores da Associação Cívico-Cultural Minuano, de que foi também Presidente, e também um dos criadores do Centro de Documentação sobre a Ação Integralista Brasileira e o Partido de Representação Popular (CD-AIB/PRP), que igualmente presidiu.
A Associação Cívico-Cultural Minuano foi fundada a 15 de setembro de 1957, tendo como objetivo a promoção de atividades cívicas, culturais e recreativas. Sua sede foi, desde o início, colocada à disposição do PRP, logo se havendo tal associação tornado uma espécie de fundação daquela agremiação política [18]. Tal atitude visava resguardar o patrimônio do PRP, tendo em vista que, por serem os partidos políticos instituições de direito público, seus bens passam para o domínio da União quando são extintos,  como ocorrera em 1937, quando Getúlio Vargas implantara a ditadura do Estado Novo, fechando todas as agremiações partidárias então existentes, e ocorreria 1965, com o Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro, que igualmente dissolveria todos os partidos políticos. Como assinalaram Hugo Hammes [19] e Alice Campos Moreira [20], o Partido de Representação Popular do Rio Grande do Sul foi, graças à Associação Cívico-Cultural Minuano, o único que conseguiu preservar seu acervo, transferido para a associação, que também contava com considerável acervo da antiga Ação Integralista Brasileira. Após o fechamento do PRP, a Associação Cívico-Cultural Minuano realizou promoções culturais diversas, servindo, ainda, como ponto de encontro dos antigos membros do Partido de Representação Popular e de alguns ex-membros da Ação Integralista Brasileira.
Em 1995 foi criado, na sede da Associação Cívico-Cultural Minuano, o Centro de Documentação sobre a Ação Integralista Brasileira e o Partido de Representação Popular, entidade de caráter apolítico, voltada à conservação da documentação, assim como à organização e disponibilização desta para a consulta pública. Em maio de 2010, a Associação Cívico-Cultural Minuano doou o Centro de Documentação sobre a Ação Integralista Brasileira e o Partido de Representação Popular ao DELFOS – Espaço de Documentação e Memória Cultural, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Composto por várias dezenas de milhares de documentos como livros, jornais, revistas, boletins, cartas, recortes de jornal, fotografias e CDs contendo depoimentos de diversos políticos de variadas tendências, o referido Centro de Documentação, maior acervo documental de história política de todo o Rio Grande do Sul, passou a ser chamado, por razões técnicas, Acervo Documental AIB/PRP.
Encerremos esta pequena homenagem a Alberto Hoffmann. Dotado de inata vocação ao Bem Comum Nacional, movido pelo sentimento do dever público e pelo desejo de bem servir o Brasil, colocando os legítimos interesses da Nação e o cumprimento das obrigações cívicas acima dos interesses de ordem pessoal, absorvido, em uma palavra, pelas preocupações do patriotismo, do nacionalismo construtivo e do serviço público, conta-se o mais ilustre dos filhos de Ijuí na lista dos homens de mil do Integralismo, que não fazem, de forma alguma, má figura diante dos homens de mil do Império de que nos falou Oliveira Vianna [21]. Certos de que no outro Mundo encontrará ele a verdadeira e plena felicidade, impossível de ser alcançada nesta vida terrena, mas lamentando sua partida para o Além em virtude de com ela ter ficado o Brasil mais pobre, rogamos a Deus, princípio, fim e medida de todas as coisas, que suscite, na atual geração e nas gerações vindouras, homens da estirpe deste grande ijuiense, rio-grandense e brasileiro.
Por Cristo e pela Nação!

Victor Emanuel Vilela Barbuy,
Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira.
São Paulo, 07 de março de 2014-LXXXI.
Notas:
[1] O teuto-brasileiro, in Hugo HAMMES, Hoffmann: Êxito e coerência, Porto Alegre, EST, 2006, página não numerada.
[2] Hoffmann: Êxito e coerência, Porto Alegre, EST, 2006, p. 31.
[3] Idem, p. 36.
[4] Cumpre sublinhar que o regime democrático representativo sustentado pelo Integralismo e pelo PRP corresponde à Democracia Orgânica, sendo muito diverso do regime liberal pretensamente democrático e representativo.
[5] Hoffmann: Êxito e coerência, Porto Alegre, EST, 2006, p. 36.
[6] Idem, p. 42.
[7] A aludida pintura de Guido Mondin foi reproduzida na obra Hoffmann: Êxito e coerência, de Hugo Hammes, já aqui citada, e na qual foi, ademais, transcrito o poema Mate lavado.
[8] Hoffmann: Êxito e coerência, Porto Alegre, EST, 2006, p. 44.
[9] Idem, p. 55.
[10] Não havia ainda sido criado, então, o cargo de Vice-Governador, de sorte que era o Presidente da Assembleia Legislativa quem assumia o governo, interinamente, em caso de vacância do Governador.
[11] Herança de Hoffmann, in Hugo HAMMES, Hoffmann: Êxito e coerência, Porto Alegre, EST, 2006, pp. 73-75. O trecho citado se encontra à página 74.
[12] Culto aos valores, in Hugo HAMMES, Hoffmann: Êxito e coerência, Porto Alegre, EST, 2006, p. 176.
[13] Líder inconteste, in Hugo HAMMES, Hoffmann: Êxito e coerência, Porto Alegre, EST, 2006, p. 78.
[14] Hoffmann: Êxito e coerência, Porto Alegre, EST, 2006, p. 79.
[15] Otimismo realista, in Hugo HAMMES, Hoffmann: Êxito e coerência, Porto Alegre, EST, 2006, p. 98.
[16] Cf. Alberto HOFFMANN, Lembrando Wolfram Metzler, in Hugo HAMMES, Hoffmann: Êxito e coerência, Porto Alegre, EST, 2006, pp. 110-111. O trecho aqui citado se encontra à página 110.
[17] Idem, Carta dirigida aos correligionários e amigos quando se preparava a transformação da ARENA em PDS, in Hugo HAMMES, Hoffmann: Êxito e coerência, Porto Alegre, EST, 2006, pp. 38-41. O trecho aqui citado se encontra à página 39.
[18] Cf. Alice T. Campos MOREIRA, DELFOS, um espaço construído pela pesquisa, in Letras de Hoje, v. 45, n. 4, Porto Alegre, out./dez. de 2010, pp. 5-10. O trecho aqui referido se encontra à página 7.
[19] Hoffmann: Êxito e coerência, Porto Alegre, EST, 2006, p. 172.
[20] DELFOS, um espaço construído pela pesquisa, in Letras de Hoje, v. 45, n. 4, Porto Alegre, out./dez. de 2010, p. 7.
[21] Instituições políticas brasileiras, Primeiro volume, Fundamentos sociais do Estado (Direito Público e Cultura), 2ª edição, Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1955, pp. 379-404. 
*Texto originalmente publicado no Portal da Frente Integralista Brasileira a 09/03/2014 e disponível em: http://www.integralismo.org.br/?cont=781&ox=268.