Wednesday, December 16, 2015

O Manifesto de Outubro no Passado e no Presente*



A 7 de outubro de 1932, foi lançado, em São Paulo, o chamado Manifesto de Outubro, da lavra de Plínio Salgado, já então consagrado escritor, jornalista e político, além de fundador e diretor da Sociedade de Estudos Políticos (SEP), um dos mais importantes núcleos de estudo da realidade, do pensamento e dos problemas brasileiros.

O Manifesto de Outubro, cujo lançamento marcou o surgimento do Integralismo e da Ação Integralista Brasileira (AIB), se inspira, antes e acima de tudo, nos ensinamentos perenes do Evangelho, na Doutrina Social da Igreja e nas lições de pensadores espiritualistas e nacionalistas patrícios, e trata, ainda que de forma resumida, de todos os princípios básicos da Doutrina Integralista, posteriormente aprofundados em outros manifestos e em livros, artigos e discursos de Plínio Salgado e de outros próceres do Integralismo.

A mensagem essencialmente cristã e brasileira do Manifesto de Outubro se espalhou como um rastilho de pólvora por todo o Brasil. Em poucos anos, a Ação Integralista Brasileira já reunia centenas de milhares de membros e outros tantos admiradores em todo o País, constituindo o primeiro “movimento de massas” da História Pátria e o primeiro partido de âmbito nacional desde o fim do Império.

A Ação Integralista Brasileira reuniu em suas fileiras, em torno da bandeira azul e branca do Sigma, pessoas de todos os segmentos da Sociedade, desde os mais humildes caboclos até os mais ilustres componentes da mais fina flor da intelectualidade nacional, que constituíram aquilo a que Gerardo Mello Mourão denominou o “mais fascinante grupo da inteligência do País” (Entrevista concedida ao Diário do Nordeste, de Fortaleza, em 24 de outubro de 1996).  

Atalaia do Brasil Profundo, Tradicional, Autêntico e Verdadeiro e inigualável escola de civismo, patriotismo, tradicionalismo e do mais sadio e edificador nacionalismo, bem como do mais puro idealismo orgânico e construtor, o Integralismo, por meio de seu principal instrumento, a Ação Integralista Brasileira, realizou, na década de 1930, a maior obra cívica e cultural da História Pátria.
Ao saudar Plínio Salgado, por ocasião de uma conferência que este realizou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em 3 de agosto de 1953, o Prof. Heraldo Barbuy, filósofo, sociólogo e escritor paulista, examinando a obra de Plínio Salgado como escritor, pensador e homem de ação, observou que a Doutrina Pliniana se tornara, então, mais do que nunca, necessária por firmar os verdadeiros conceitos do Homem, da Sociedade e do Estado, e terminou seu discurso exaltando a tenacidade, a coerência e a capacidade de sacrifício de Plínio Salgado, sustentando seu nobre e límpido pensamento em meio às injustiças e incompreensões (Cf. A MARCHA, Plínio Salgado falou aos estudantes da Universidade Católica de São Paulo, in A Marcha, ano I, n. 26, 14 de agosto de 1953, p. 1).

Hoje, ainda muito mais do que em 1953, é necessária a Doutrina Pliniana para o nosso Brasil e para todo o Mundo e a leitura do Manifesto de Outubro confirmará isto a todas as pessoas intelectualmente honestas que a fizerem. É, aliás, com plena consciência disto que, celebrando os cento e vinte anos do nascimento de Plínio Salgado e os oitenta e três anos do lançamento do Manifesto de Outubro e realizando um sonho há muito acalentado, o editor Gumercindo Rocha Dorea, infatigável combatente em defesa de Deus, da Pátria e da Família, ora lança o presente livro, que reúne ao Manifesto de Outubro uma série de textos, quase todos escritos por jovens, comentando cada um dos artigos daquele tão relevante quanto criminosamente esquecido documento da História Pátria.
A leitura do Manifesto de Outubro, dos textos sobre seus artigos enfeixados no presente volume e do magnífico prefácio deste livro, escrito pelo Prof. Acacio Vaz de Lima Filho, outro incansável combatente em prol dos elevados valores consubstanciados na tríade “Deus, Pátria e Família”, demonstrará não apenas o quanto as doutrinas de Plínio Salgado e do Integralismo são necessárias, na hora presente, para o Brasil e o Mundo, mas também a nobreza e perfeição de tais doutrinas, tão injustiçadas pelos inimigos de Deus, da Pátria e da Família quanto o próprio Plínio Salgado, “esse injustiçado”, nas justas palavras de Pedro Paulo Filho [Plínio Salgado, esse injustiçado, in Gumercindo Rocha DOREA (Organizador e apresentador), Anais da 1ª Semana Plínio Salgado, São Bento do Sapucaí, São Paulo, Espaço Cultural Plínio Salgado, 1994, p. 15].

Victor Emanuel Vilela Barbuy

*Texto da “orelha” do livro Existe um pensamento político brasileiro?”, Existe, sim, Raymundo Faoro: o Integralismo!: uma nova geração analisa e interpreta o Manifesto de Outubro de 1932 de Plínio Salgado (São Paulo, Edições GRD, 2015).