Sunday, October 23, 2011

Algumas reflexões na morte de Gaddafi


Muammar al-Gaddafi
Todos viram as imagens tomadas pouco antes da morte do Coronel Muammar al-Gaddafi, ou Kadafi, como é mais conhecido no Brasil. Elas revelam claramente que o estadista líbio foi achincalhado e torturado fisicamente e, em seguida, assassinado pelos “rebeldes”, criminosos que não contam com apoio popular, muito pelo contrário, e que só alcançaram o triunfo na guerra - e a duras penas - por conta dos pesados ataques da OTAN às forças de Gaddafi.

O bárbaro crime de que foi vítima o Coronel Gaddafi deveria ser investigado, com o julgamento e condenação dos responsáveis, e o mesmo deveria ocorrer com relação a todos os incontáveis crimes perpetrados pelos “revolucionários” líbios, que, diga-se de passagem, de revolucionários nada têm, não passando de sicários a serviço das forças do capitalismo e do imperialismo internacional, do mamonismo apátrida, amoral e anti-humano que escraviza as nações. É, claro, porém, que tais crimes ficarão impunes, assim como os crimes, ainda mais graves, das forças da OTAN, cujos bombardeios devastaram cidades inteiras e causaram a morte de milhares de civis inocentes.

Deploramos todos estes crimes e sabemos que, lamentavelmente, a Líbia dos “rebeldes” não será em nada melhor do que a de Gaddafi, muito pelo contrário, salvo para os grandes grupos econômico-financeiros internacionais, para o capitalismo selvagem, absorvente e explorador que fará daquele país mais uma de suas colônias. Os criminosos “rebeldes”, heroicizados pela grande imprensa liberal-burguesa a serviço dos espúrios interesses do Sinédrio que controla o Império de Mamon ou do Bezerro de Ouro, devorador da Religião, da Propriedade e da Família e escravizador de homens e de nações, os criminosos “rebeldes” que tantos bárbaros assassínios têm perpetrado sob a complacência desta mesma grande imprensa e dos (des)governos servos do imperialismo econômico e do mamonismo absorvente das energias vitais das nações, esses “rebeldes” logo principiarão a lutar entre si, disputando o poder. E a Líbia, com eles, mesmo que não ocorram tais lutas, estará mais distante da verdadeira e autêntica Democracia do que esteve no tempo do governo de Gaddafi, salvo na opinião daqueles que não compreendam como Democracia verdadeira e autêntica a Democracia Orgânica Integral, mas sim a democracia inautêntica e inorgânica do liberalismo, a partidocracia vassala do corrosivo sistema a que denominamos capitalismo.

Não comungamos de todas as ideias do falecido autor do Livro verde, mas concordamos, por exemplo, com muitas de suas críticas à liberal-democracia, aos partidos políticos, ao capitalismo, ao imperialismo. Do mesmo modo, não aceitamos todas as medidas que Gaddafi tomou no governo de seu país, mas aprovamos muitas delas, como a nacionalização do petróleo e dos bancos, não podendo deixar de reconhecer que o Coronel Gaddafi foi o principal responsável pelo fato de a Líbia se haver transformado num verdadeiro oásis de prosperidade dentro do Continente Africano, com índices de desenvolvimento econômico e social invejáveis mesmo para os países da África Setentrional, da África Mediterrânea, muito mais desenvolvida do que a África Subsaariana.

Gaddafi não foi um tirano, sobretudo porque sempre governou pensando no Bem Comum do povo líbio, cujo desenvolvimento promoveu consideravelmente. E é digna de admiração a resistência líbia por ele comandada, que, lutando estoicamente, impôs vários reveses a um inimigo imensamente superior em armas e recursos, infligindo várias derrotas humilhantes aos “rebeldes” e se estendendo por meses a fio.

Causa-nos asco ver tantas pessoas que embora se proclamem nacionalistas, apoiaram – sob influência da grande imprensa e de certos jornalistas liberais – a agressão imperialista à Líbia e mesmo o assassínio do “tirano” Gaddafi. Esperamos de todo o coração que tais pessoas mudem de ideia e que percebam um dia o quanto o ideário da grande imprensa e desses jornalistas liberais e abertamente antinacionalistas e mesmo antipatrióticos se configura na antítese do ideário autenticamente nacionalista.

Encerremos este artigo. Que a Líbia, um dia, retorne ao caminho do seu desenvolvimento integral e ao caminho da verdadeira e autêntica Democracia, e que a história faça justiça a Gaddafi e sua obra.

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