Neste dia 07 de outubro, celebramos, como
cristãos, os quatrocentos e quarenta e três anos da Batalha de Lepanto, em que
a armada cristã da Santa Liga, sob o comando de D. João de Áustria e sob as
bênçãos de Deus e de Nossa Senhora, venceu a armada turca, mais numerosa, salvando
a Europa e pondo termo à expansão otomana no Mediterrâneo, e, como cristãos e
brasileiros, celebramos os oitenta e dois anos do lançamento do denominado Manifesto de Outubro, que marca o
nascimento oficial do Integralismo e da Ação Integralista Brasileira (AIB). É
deste documento tão significativo para a História Pátria, ainda que tão esquecido
em razão da nefasta ação das forças antitradicionais e antinacionais, que
havemos de tratar nas linhas que se seguem.
Tal Manifesto foi redigido por Plínio Salgado
e lido no Teatro Municipal de São Paulo a 07 de Outubro de 1932, data em que
foi também distribuído na Capital Paulista e remetido para diversas províncias
brasileiras, por este motivo tendo ficado conhecido como Manifesto de Outubro, a despeito de haver sido escrito em maio e
aprovado em junho daquele ano pela Sociedade de Estudos Políticos (SEP). Esta
foi um núcleo de grande relevo, destinado, antes de tudo, à meditação sobre a
problemática política e social brasileira e que fora fundado aos 12 dias do mês
de março do referido ano, no Salão de Armas do Clube Português, na Capital Bandeirante,
por um grupo de intelectuais encabeçado pelo próprio Plínio Salgado. Este era
já então, como cumpre ressaltar, um consagrado escritor, jornalista e político,
havendo seu primeiro romance, O
estrangeiro (1926), também o primeiro romance social em prosa modernista do
País, sido um grande sucesso de público e de crítica, merecendo elogios de
escritores e críticos literários da estirpe de Jackson de Figueiredo, Agripino
Grieco, Tristão de Athayde (Alceu Amoroso Lima), Monteiro Lobato, José Américo de
Almeida, Tasso da Silveira, Afrânio Peixoto, Augusto Frederico Schmidt e Cassiano
Ricardo, dentre outros. Seu segundo romance, O esperado (1931), também fizera bastante sucesso, ainda que menor
do que aquele feito pelo anterior. Como jornalista, fora redator do Correio Paulistano, de São Paulo, colaborara
em diversos jornais e revistas e fora redator-chefe do matutino A Razão, também da Capital Paulista, onde,
em sua Nota Política (artigo diário
de abertura daquele jornal), transcrita no jornal Era Nova, da Bahia, e em jornais do Ceará,[1]
revelara, no dizer de Virgínio Santa Rosa, o sociólogo que vivia embuçado no
romancista, sendo saudado por Tristão de Athayde como a maior revelação do ano
(de 1931),[2]
havendo, ainda, despertado diversos jovens para o estudo da realidade nacional
e dos pensadores brasileiros. Em 1928 fora eleito Deputado Estadual em São
Paulo pelo Partido Republicano Paulista, entrando pelo 2° turno e sendo o
candidato mais votado,[3]
e em 1930 redigira o manifesto que no ano seguinte (1931) seria entregue à
Legião Revolucionária de São Paulo,[4]
que o adotaria, ainda que logo mais se desviasse de suas diretrizes.
A despeito de o Manifesto entregue por Plínio
Salgado à Legião Revolucionária de São Paulo, que recebera justíssimos elogios
de intelectuais como Oliveira Vianna e Octavio de Faria, poder ser já
plenamente considerado um manifesto integralista e de o próprio Plínio Salgado mais
tarde haver afirmado que o romance O
estrangeiro havia sido seu “primeiro manifesto integralista”,[5]
foi o Manifesto de Outubro,
incontestavelmente, o primeiro manifesto oficialmente integralista do Brasil. Sua
mensagem, essencialmente cristã, brasileira, democrática na acepção integral e
orgânica do termo e revolucionária no sentido tradicional e astronômico do
vocábulo, espalhou-se, com grande rapidez, por todas as províncias componentes
deste vasto Império, logo se reunindo, à sombra da bandeira azul e branca do
Sigma, centenas de milhares de soldados de Deus, da Pátria e da Família,
bandeirantes do Brasil Profundo e de sua Tradição Integral e sentinelas, sempre
alertas e vigilantes, da Nação Brasileira.
O Manifesto
de Outubro, de magna relevância para a História Nacional e de
impressionante atualidade, se constitui na mais perfeita síntese daquilo que
foi construído pelos pensadores, escritores e estadistas patrícios até o ano de
1932 e na igualmente perfeita síntese da vigorosa e sadia Doutrina
Integralista, autêntico exemplo do mais lídimo “idealismo orgânico” de que nos
fala Oliveira Vianna e que vem a ser o idealismo realista e tradicionalista, formado tão somente de realidade, alicerçado tão somente na experiência
e orientado tão somente pela observação do povo e do meio,[6] ou, noutras palavras, o idealismo consciente de que as
instituições devem brotar da Tradição e da História dos povos e não da cabeça
de ideólogos criadores de mitos e quimeras; o idealismo, enfim, que extrai da
História uma Tradição sólida e viva, um coeficiente espiritual de edificação
moral, social e cívica, um desenvolvimento estável e verdadeiro, transmissor e
enriquecedor do patrimônio de pensamento e de costumes por nós herdado de
nossos maiores.[7]
Reflete, pois, o Manifesto de Outubro, como sublinhamos algures,[8] a Tradição Integral da Nação Brasileira, trazendo soluções nacionais para
os problemas nacionais, e isto em um País em que já desde o Império as elites
nada mais faziam do que transplantar ideias e soluções estrangeiras, geralmente
utópicas mesmo nos países em que haviam sido inicialmente propostas, e
totalmente alheias à nossa Tradição, aos nossos costumes, à nossa Identidade
Nacional. Isto porque Plínio Salgado tinha plena consciência de que, consoante
preleciona Eduardo Prado, em A ilusão americana,
as sociedades devem ser regidas por leis emanadas de sua estirpe, de sua
História, de seu caráter, de seu desenvolvimento orgânico.[9]
Plínio Salgado
também tinha plena consciência, como igualmente sublinhamos,[10]
de que, como faz ver Oliveira Vianna, no prefácio à primeira edição da obra O
idealismo da Constituição, de 1927, “se, ontem como agora, o problema da democracia
no Brasil tem sido mal posto, é porque tem sido posto à maneira inglesa, à
maneira francesa, à maneira americana; mas, nunca, à maneira brasileira”.[11]
Daí o então futuro autor de Espírito da burguesia e da Vida de Jesus
propor, naquele documento histórico, um modelo orgânico e autenticamente
brasileiro de Democracia, que, conforme assinala Gustavo Barroso, se inspira
profundamente nas lições políticas de Santo Tomás de Aquino.[12]
As não muitas, mas densas páginas do Manifesto de Outubro, estuantes de
Cristianismo e de Brasilidade, refletem os mais nobres valores, costumes e
tradições pátrios e a mais genuína Doutrina Social Cristã, a um só tempo
anti-individualista e anticoletivista, anitiliberal e antitotalitária, e sintetizam,
como há pouco sublinhamos, toda a Doutrina Integralista, depois de seu
surgimento desenvolvida em diversos livros, manifestos, artigos publicados em
jornais e revistas e discursos de Plínio Salgado e de outros vultos do
Movimento Integralista. Em tais páginas estão presentes, por exemplo, as ideias
seguintes, centrais na Doutrina do Sigma: Afirmação da existência de Deus e da
Alma Imortal do Homem; Concepção Integral do Universo e do Ente Humano;
Patriotismo; Nacionalismo Integral, justo, equilibrado, sadio e edificador,
alicerçado na Tradição e tendente ao autêntico Universalismo, que não pode ser
confundido com o internacionalismo liberal ou comunista; Defesa da Família, cellula mater da Sociedade, e do
Município, cellula mater da Nação;
Culto da Tradição Nacional; Combate sem tréguas ao comunismo e ao
liberal-capitalismo internacional; Guerra sem quartel ao cosmopolitismo;
Sustentação da Harmonia e da Justiça Social; Restauração dos princípios de
Autoridade, Hierarquia e Disciplina; Pugna sem tréguas contra o racismo e em
prol da valorização do nosso povo e das nossas tradições, assim como dos
pensadores e escritores nacionais; Luta pela construção de uma Democracia
Integral e de um Estado Ético Orgânico Integral Cristão, instrumento da Nação,
do Homem do Bem Comum.
O primeiro artigo
do Manifesto de Outubro trata da
concepção integral do Universo e do Homem, afirmando que “Deus dirige o destino
dos povos”; que o Homem, ente dotado de vocação sobrenatural,“ deve praticar
sobre a terra as virtudes que o elevam e aperfeiçoam”, valendo pelo trabalho e
pelo sacrifício em prol da Família, da Pátria e da Sociedade, assim como pelo
estudo, inteligência e honestidade e pelo progresso científico, técnico e
artístico “tendo por fim o bem estar da Nação e o elevamento moral das
pessoas”; que as riquezas são bens meramente passageiros, não engrandecendo a
ninguém, ao menos que seus detentores cumpram os deveres que lhes são impostos
em benefício da Pátria e da Sociedade, e que os homens, assim como as classes,
“podem e devem viver em harmonia”.[13]
Como observa Plínio Salgado em O Integralismo na vida brasileira, obra que
se constitui no primeiro volume da Enciclopédia
do Integralismo, organizada por Gumercindo Rocha Dorea em fins da década de
1950, neste primeiro capítulo do Manifesto
de Outubro se encontra a influência de Farias Brito, quando este, no livro A verdade como regras das ações,
demonstra que não podem existir normas morais sem que preliminarmente adotemos
uma precisa noção da origem e da finalidade da Pessoa Humana. Ainda segundo
Plínio Salgado, tal capítulo reconduz os valores morais ao lugar superior de
onde foram arrancados pelo materialismo moderno, e defende “o direito às
legítimas aspirações de cada um e de todos, pela prática da fraternidade cristã
e da justiça, que emana dos corações à luz de uma consciência conhecedora das
leis de Deus”, se constituindo em uma proclamação de direitos da Pessoa Humana,
“não segundo o critério agnóstico-naturalista de Rousseau, mas segundo a
filiação comum dos homens em Deus”.[14]
No segundo artigo
do Manifesto de Outubro, Plínio Salgado
sustenta a Democracia Orgânica, ou Democracia Integral, consagrando o princípio
democrático da representação política dos trabalhadores de acordo com suas
categorias profissionais,[15]
sistema este que está plenamente de acordo com a Doutrina Social da Igreja,
conformando-se plenamente com as lições, no campo social, de todos os Sumos Pontífices
a partir de Pio IX e Leão XIII.[16]
No artigo
terceiro, defende-se a restauração do princípio de Autoridade,[17]
entendida como pressuposto da autêntica Liberdade, nele podendo ser sentida,
nas palavras do autor do Manifesto de
Outubro, “a presença de Jackson de Figueiredo, nas suas campanhas pela
restauração do princípio de autoridade, sem a qual a liberdade dos maus, dos
traficantes e dos imorais tripudiará sobre os direitos dos bons, dos honestos e
virtuosos”.[18]
No artigo quarto do Manifesto de que ora
tratamos e que fala do nacionalismo, podemos perceber que Plínio Salgado está
plenamente de acordo com Alberto Torres, que, na obra O problema nacional brasileiro, defende o autêntico nacionalismo,
combatendo o cosmopolitismo e a influência estrangeira, assim como os absurdos
e nefastos preconceitos étnicos, que levaram muitos brasileiros a amesquinhar
os elementos formadores da Nacionalidade, assim como aqueles que posteriormente
nela se estabeleceram.[19]
Consoante escreveu Plínio Salgado,
Nesse capítulo 4º, palpitante de brasilidade, como que
se ouvem os clarins de Olavo Bilac na sua memorável campanha cívica; as vozes
de Alencar e de Gonçalves Dias, repetindo os ecos da selva; o clangorar das
inúbias na obra de Couto de Magalhães; a simpatia humana de Joaquim Nabuco por
aqueles que ele ajudou a libertar da escravidão; o nobre orgulho da estirpe
lusitana, que ilumina as páginas de Elísio de Carvalho; a alma do sertanejo,
presente nos “Sertões” de Euclides da Cunha; o sentido do tradicionalismo
flagrante em Oliveira Lima e Eduardo Prado; o entusiasmo patriótico do Conde de
Afonso Celso.[20].
No
artigo quinto do Manifesto Integralista de 07 de Outubro de 1932, Plínio Salgado
condena o regionalismo excessivo e o exclusivismo da política estadual em
detrimento da política nacional, colocando-se contra os “partidarismos
egoístas”, a luta de classes e o caudilhismo.[21] Tal
artigo está, nas palavras do seu próprio autor, repleto “da alma de Caxias, do
sentido da Unidade Nacional pela qual lutou o Condestável do Império, do
sentimento sempre presente em nossas Forças Armadas, da ordem interna como base
da defesa externa,” se erguendo contra “o exclusivismo da política provinciana
em detrimento
da grande política da Nacionalidade”.[22]
No sexto artigo do Manifesto ora em apreço,
Plínio Salgado condena veementemente as conspirações carentes de objetivos
doutrinários, as revoluções sem programas,[23]
proclamando que o Integralismo é a “Revolução em marcha”, porém “a Revolução
com ideias”, sendo, portanto, “franca, leal e corajosa”.[24]
O artigo sétimo do Manifesto de Outubro trata da questão social tal como a considera o
Integralismo, sob visível influência da Doutrina Social da Igreja e das ideias
de pensadores brasileiros como Pandiá Calógeras e o Rui Barbosa dos últimos
anos de vida, ideias estas inspiradas, aliás, principalmente na Encíclica Rerum novarum, de Leão XIII, e na obra
do Cardeal Mercier.[25]
Em tal artigo, Plínio Salgado, entendendo a propriedade como trabalho acumulado
e projeção física da personalidade humana[26]
e condenando a “escravidão comunista” e o liberal-capitalismo, sustenta o direito
natural de propriedade, contra o qual atenta o sistema econômico
liberal-capitalista, e defende, ainda, as justas reivindicações dos
trabalhadores, que deveriam perceber “salários adequados às suas necessidades”,
participar dos lucros das empresas “conforme seu esforço e capacidade” e tomar
parte nas decisões governamentais.[27]
O artigo oitavo do Manifesto Integralista de
07 de Outubro, por sua vez, defende a Família, cellula mater da Sociedade e primeiro dos Grupos Naturais, que,
assim como o Homem, precederam o Estado, que tem o dever de respeitar sua
intangibilidade, necessitando ser forte justamente para manter a integridade do
Homem e da Família.[28]
O artigo nono do Manifesto de Outubro sustenta o Municipalismo, com base, antes de
tudo, nos ensinamentos dos constitucionalistas do Primeiro Reinado e nas
observações, já no período republicano, de homens como Gama Rodrigues, ao lado
de quem Plínio Salgado fundara, em fins da década de 1910, o Partido
Municipalista, e Domingos Jaguaribe,[29]
a quem o autor de O estrangeiro e O esperado considerava o “patriarca do
Municipalismo”.[30]
Neste artigo, Plínio Salgado afirma que o Município, cellula mater da Nação, é uma reunião de pessoas livres e de
famílias autônomas, devendo ser autônomo em tudo aquilo que diz respeito a seus
interesses peculiares.[31]
Por fim, o artigo décimo do Manifesto de Outubro é, na expressão de
Plínio Salgado, a “síntese nacionalista do Estado Cristão, o resumo da
democracia orgânica”. Nele são traçados
os grandes lineamentos da
expressão e do prestígio internacional da Pátria Brasileira. Vive ali o espírito
de Alexandre de Gusmão e do Barão do Rio Branco; os sonhos de D. João Terceiro
e do Conde de Bobadela e de D. João VI; a firmeza de José Bonifácio na
construção da nossa unidade e da nossa grandeza; a ação de Pedro Segundo e do
Duque de Caxias na consolidação desse patrimônio.[32]
Consoante salientamos há exatamente dois anos,
por ocasião do octogésimo aniversário do Manifesto
de Outubro,[33] este
tão injustamente olvidado Manifesto e
o tão caluniado e mesmo demonizado Integralismo, movimento sobre o qual se
criou uma verdadeira leyenda negra ainda
não de todo destruída, desempenharam papel de grande relevância na vida
cultural, política e social do nosso Brasil, relevância esta muito bem
sintetizada por Plínio Salgado nas páginas de O Integralismo na vida brasileira e que é por nós assaz conhecida,
do mesmo modo que os nomes dos diversos pensadores, escritores, juristas,
jornalistas, médicos, professores, políticos, sociólogos e historiadores que
vestiram a Camisa-Verde Integralista e muito contribuíram, em suas respectivas
áreas, para o engrandecimento da Nação Brasileira. Em virtude disto, julgamos
não ser necessário discorrer aqui a respeito de tais assuntos. Salientemos,
pois, apenas, que o Integralismo não foi somente o primeiro “movimento de
massas” do Brasil e que a AIB (Ação Integralista Brasileira) não foi unicamente
a primeira agremiação política de amplitude nacional desde o ocaso do Império,
mas que tal movimento e tal organização foram – e tal movimento ainda é -, como
afirmamos algures, uma admirável escola de Moralidade, Civismo, Patriotismo e
Nacionalismo construtivo, assim como um possante foco de irradiação,
inexpugnável cidadela e vigilante atalaia do Brasil Profundo, Autêntico e
Verdadeiro.[34]
Com
efeito, o Integralismo, que é, como aduz Gustavo Barroso, “uma
Ação Social, um Movimento de Renovação Nacional em todos
os pontos e em todos os sentidos”, pregando “uma doutrina
de renovação política, econômica, financeira, cultural e
moral”,[35] tendo como lema a tríade “Deus, Pátria e Família”, “grandiosa como nenhuma outra”, na expressão de Afonso
de Escragnolle Taunay,[36] reuniu, no dizer de
Miguel Reale, “o que havia de mais fino na intelectualidade da época”,[37] se constituindo, segundo Gerardo Mello Mourão,
no “mais fascinante grupo da inteligência do País”.[38] No mesmo sentido,
poderíamos citar as palavras do liberal e, portanto, insuspeito Roberto Campos,
que, em suas memórias, ao falar de San Tiago Dantas, evoca “o surpreendente
fascínio que o Integralismo exerceu em sua geração, particularmente sobre a
parte mais intelectualizada”,[39]
assim como as palavras do igualmente liberal e insuspeito Pedro Calmon, que, na
biografia de seu pai, Miguel Calmon, observa que a plêiade de intelectuais
reunida pelo Integralismo “poderia lotar uma Academia, em vez de ocupar uma
trincheira”[40].
Já nos havendo estendido mais do que o ideal,
reputamos oportuno encerrar, por aqui, o presente artigo, ressaltando que o Manifesto de Outubro, síntese por
excelência da Doutrina profundamente cristã e brasileira do Integralismo,
vanguarda da Nação Profunda e de sua Tradição, se configura em um altaneiro e
eloquente brado em prol da edificação de um Brasil Grande e Renovado,
restituído a sua augusta missão histórica, herdada de Portugal, de dilatar a Fé e o Império. Tal documento, repositório
do mais sadio, vigoroso, rigoroso e edificante nacionalismo e leitura
obrigatória a todos aqueles que pretendem se tornar autênticos guerreiros de
Deus, da Pátria, da Família e de todos os valores tradicionais consubstanciados
em tal tríade, tal documento, enfim, em que se pode sentir o palpitar do Brasil
Autêntico, se configura na sementeira da Pátria Nova com que sonhamos, com os
pés no chão, todos os autênticos e verdadeiros idealistas orgânicos. Neste
octogésimo segundo aniversário do “nosso Manifesto”, como, aliás, o chamou o
Professor Goffredo Telles Junior, pouco antes de seu falecimento, em conversa
telefônica com o Professor Acacio Vaz de Lima Filho, rogamos, uma vez mais, a
Deus, Criador e Regente do Universo e do Homem, que suscite, no nosso Brasil,
varões de espírito nobre e guerreiro dispostos a marchar pelo fogo e pelas
ruínas, sacrificando, se necessário, as próprias vidas, sem nada pedir em
troca, em nome dos princípios resumidos no Manifesto
de Outubro, lídima expressão do autêntico Espírito Nobre e carta de
princípios que deve ser tomada em consideração por todo aquele que tem
consciência de que é com base na autêntica Tradição Nacional e no autêntico
pensamento nacional brasileiro que devemos estruturar as nossas instituições
políticas.
Por Cristo e pela Nação!
Victor Emanuel Vilela
Barbuy, Presidente Nacional da Frente Integralista. São Paulo, 07 de Outubro de
2014-LXXXII.
*Versão
revista e ampliada de nosso artigo 81
anos do Manifesto de Outubro, disponível em: http://www.integralismo.org.br/?cont=781&ox=247.
Acesso em 06 de outubro de 2014.
[1] Cf. Plínio SALGADO, O Integralismo na vida brasileira, in Enciclopédia do Integralismo, vol. I, Rio de Janeiro, Edições GRD/Livraria
Clássica Brasileira, s/d, p. 15.
[2] Virgínio Santa ROSA, A personalidade de Plínio Salgado, in VV.AA., Plínio Salgado, 4ª edição, São
Paulo, Companhia Editora Panorama, 1937, p. 73.
[3] Cf. Maria Amélia Salgado LOUREIRO, Plínio Salgado, meu pai, São Paulo,
Edições GRD, 2001, p.154.
[4] Manifesto
da Legião Revolucionária de São Paulo, in Antônio Carlos PEREIRA, Folha dobrada: documento e história do povo
paulista em 1932, São Paulo, O Estado de S. Paulo, 1982, pp. 517-525.
[5] Despertemos
a Nação, 1ª edição, Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1935, p. 5.
[6] O
idealismo da Constituição, 2ª edição, aumentada, São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1939, pp.
12-13.
[7] Cf. Victor Emanuel Vilela BARBUY, Idealismo utópico e idealismo orgânico (Comunicação
apresentada no III Simpósio de Filologia e Cultura Latino-Americana, promovido
pelo PROLAM/USP e pelo Núcleo de Pesquisa “América” e realizado nos dias 28, 29
e 30 de novembro de 2011, na sala de videoconferências de Filosofia e Ciências
Sociais, na Cidade Universitária, em São Paulo). Disponível em: http://www.integralismo.org.br/?cont=781&ox=137.
Acesso em 07 de outubro de 2014.
[8] 79
anos do Manifesto de Outubro. Disponível em: http://www.integralismo.org.br/?cont=781&ox=125.
Acesso em 07 de outubro de 2014.
[9] A ilusão americana, 2ª edição, Prefácio
de Augusto Frederico Schmidt, Rio de Janeiro, Livraria Civilização Brasileira S.A.,
1933, p. 60.
[10] 79
anos do Manifesto de Outubro, cit.
[12] Comunismo, Cristianismo e Corporativismo, Rio de
Janeiro, Empresa Editora ABC Ltda., 1938, p. 98.
[13] Cf. Plínio Salgado, Manifesto de Outubro de 1932, in Sei que vou por aqui!, n. 2, São Paulo, setembro-dezembro de 2004,
p. V.
[14] O
Integralismo na vida brasileira, cit., p. 23.
[15] Manifesto
de Outubro de 1932, cit., p. V.
[17]
Manifesto de Outubro de 1932, cit.,
loc. cit.
[18]
O
Integralismo na vida brasileira, cit., p. 25.
[19]
Idem, loc. cit.
[20] Idem, p. 26.
[21] Manifesto
de Outubro de 1932, cit., p. VIII.
[23] Idem, loc. cit.
[24] Manifesto de Outubro de 1932, cit., p.
IX.
[25] O Integralismo na vida brasileira, cit.,
p. 27.
[26]
Idem, loc. cit.
[27] Manifesto de Outubro de 1932, cit., pp.
IX-X.
[28] Idem,
pp. X-XI; O Integralismo na vida
brasileira, cit., pp. 27-28.
[29] O Integralismo na vida brasileira, cit.,
p. 28.
[30] Apud Pedro
PAULO FILHO, Campos do Jordão, o presente
passado a limpo, São José dos Campos, Vertente, 1997, p. 70.
[31] Manifesto de Outubro de 1932, cit., p.
XI.
[32] O Integralismo na vida brasileira, cit.,
p. 29.
[33]80
anos do Manifesto de Outubro,
cit.
[34] 79
anos do Manifesto de Outubro, cit.
[35] O que
o Integralista deve saber, 5ª
edição, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, S.A, 1937, pp. 09-10.
[36] Algumas palavras,
in Lúcio José dos SANTOS, Filosofia,
Pedagogia, Religião, São Paulo, Companhia Melhoramentos, 1936, p.
7.
[37] Entrevista
concedida ao Jornal da USP. Disponível em:http://espacoculturalmiguelreale.blogspot.com/2007/08/entrevista-concedida-pelo-prof-reale-ao.html.
Acesso em 07 de outubro de 2014.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=414001.
Acesso em 07 de outubro de 2014.
[39] A
lanterna na popa, Rio de Janeiro, Topbooks, 1994, p. 843.
[40] Miguel Calmon – uma grande vida, Prefácio de Afonso Arinos de Melo Franco, Rio de Janeiro, José Olympio Editora; Brasília, INL (Instituto Nacional do Livro), 1983, p. 170.
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