Saturday, July 16, 2011

Ao correr da caneta

Ao correr da caneta*

Sob o título de Ao correr da pena, José de Alencar publicou uma série de folhetins sobre a vida social na Corte, no Correio Mercantil, de setembro de 1854 a julho de 1855, e no Diário do Rio de Janeiro, entre os meses de outubro e novembro de 1855. Não querendo, é claro, nos comparar ao mestre de O guarani, Iracema e As minas de prata e tantas outras obras palpitantes de Brasilidade, cujas vibrantes e encantatórias páginas se constituem em magníficos retratos do Brasil Profundo e de seus mais lídimos costumes e tradições, resolvemos dar o título de Ao correr da caneta a este breve e singelo conjunto de reflexões sobre alguns dos últimos acontecimentos relevantes da vida nacional.

Falemos, antes de mais nada, do ex-Presidente Itamar Franco, falecido no último dia 02 de julho, data da independência da Bahia, terra em cujo litoral nasceu este nosso patrício, mineiro de origem e formação, em um “Ita” da Companhia Nacional de Navegação Costeira. É inegável que Itamar não merece de forma alguma um panegírico, posto que cometeu diversos erros durante a vida, sendo o mais grave aquele de pertencer à classe política, classe esta essencialmente parasitária, se constituindo em verdadeiro caruncho do Brasil, terra em que os vícios dos supostos representantes do povo são tão grandes quanto as virtudes deste.

Isto posto, registre-se que os poucos bons e íntegros políticos que temos tido não pertencem ao que denominamos classe política, termo a que damos significado totalmente negativo.

Acabamos de dizer que o maior erro de Itamar foi o de pertencer à classe política. Cremos, porém, que nos equivocamos. O maior erro do ex-Presidente da República e ex-Governador de Minas Gerais - maior mesmo que o de ter apoiado a candidatura de “Lula” à Presidência, em 2002 – foi o de ter escolhido como sucessor o “sociólogo” Fernando Henrique Cardoso, havendo sido fundamental na eleição deste. É certo, porém, que logo se arrependeu disto, passando a fazer oposição a FHC e a sua criminosa política de privatizações, o que deve bem ser reconhecido.

Havendo recordado o infausto nome de FHC, julgamos oportuno ressaltar que seu (des)governo deverá ser sempre lembrado como um dos mais nefastos da História do País, uma vez que marcado, dentre outras coisas, pela absoluta subserviência ao capitalismo internacional, pelo crescimento astronômico da dívida interna e externa do Estado, pelo sucateamento das Forças Armadas, pela corrupção generalizada e pela venda, por preço irrisório, de tantas de nossas estatais, muitas delas fundamentais do ponto de vista da Soberania e da Segurança Nacional, o que, aliás, deveria fazer delas empresas “imprivatizáveis”. Assim, todas as tentativas de reabilitação de tal indivíduo – hoje, aliás, principal porta-voz da odiosa campanha de legalização da maconha e de outras drogas que tem tomado corpo em nosso País – serão integralmente nulas, graças a Deus e para o bem do Brasil, por mais dinheiro e palavras que gastem os inimigos da Nação. E os elogios da Sra. Dilma e de outros vultos do autointitulado Partido dos Trabalhadores só demonstram o quanto não há diferenças sérias entre o PT e o PSDB, duas faces da mesma medalha da “esquerda” materialista, vendida ao banqueirismo internacional e comprometida com a destruição de tudo o que é belo, verdadeiro, nobre e elevado, especialmente os tradicionais valores do povo brasileiro, o que só aproveita aos usurários apátridas de Wall Street, da City de Londres e agora também de Xangai.

Outro acontecimento recente que merece nossa atenção é a chamada “Parada Gay”, ocorrida na Avenida Paulista, em São Paulo, no último dia 26 de junho. Estamos certos de que tal evento, que só nos enche de vergonha, ao contrário do que dizem seus apoiadores, só deu prejuízos a São Paulo e ao Brasil, sendo deplorável o fato de ter sido financiado com o dinheiro público. Ressaltamos que o número de seus participantes foi muito menor do que o divulgado pela grande imprensa e que, como se já não bastasse ter sido tal “parada” uma apologia de práticas antinaturais, foi ela palco de diversos crimes, incluindo o consumo e tráfico de entorpecentes, atos obscenos e agressões entre homossexuais que estes em geral declaram ser manifestações “homofóbicas”. E não faltaram, ainda, as blasfêmias, como os cartazes que retratam santos de maneira erótica, o que, aliás, se configura no crime previsto no artigo 208 do Código Penal, que proíbe expressamente o vilipêndio público de “ato ou objeto de culto religioso”. Isto enquanto, é claro, o malsinado STF não dizer que este dispositivo legal viola a “liberdade de expressão”...

Já havíamos concluído o presente artigo, quando fomos informados do falecimento do poeta e ensaísta Mário Chamie, membro da Academia Paulista de Letras, criador do movimento poético conhecido como “Práxis” e Secretário Municipal da Cultura de São Paulo entre 1979 e 1983, havendo criado em tal cargo, dentre outras coisas, o Centro Cultural São Paulo. Embora poucos saibam, foi ele ligado, na juventude, na década de 1950, ao magnífico movimento cívico-político-cultural formado pela Confederação dos Centros Culturais da Juventude e também conhecido como Movimento Águia-Branca. Tendo Gumercindo Rocha Dorea por Presidente e Plínio Salgado por Presidente de Honra, tal movimento reuniu vários milhares de jovens distribuídos em centenas de núcleos espalhados por todo o País, todos eles unidos na luta por um Brasil Maior e Melhor. Na mesma época, colaborou no mensário tradicionalista Reconquista, dirigido por Clovis Lema Garcia, ao lado de intelectuais da estirpe dos brasileiros Heraldo Barbuy, José Pedro Galvão de Sousa e João de Scantimburgo e dos portugueses João Ameal, Alberto de Monsaraz e Fernando de Aguiar, dentre outros ilustres.



Por Cristo Rei e pela Terra de Santa Cruz!



São Paulo, 04 de julho de 2011.


Artigo publicado na última edição da Gazeta de Jarinu, de Jarinu-SP, onde também foram publicados os artigos Breves palavras a respeito da decisão do STF sobre o criminoso Battisti (ano I, n. 25, 17 de junho de 2011, p. 2)e O STF e a apologia do crime (ano I, n. 26, 24 de junho de 2011, p. 4), ambos da lavra de Victor Emanuel Vilela Barbuy.


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