Desintegração Nacional
O governo fala em dois,
mas são quase quatro milhões de brasileiros atingidos; cerca de trinta mil
desabrigados; mais de cem cidades afetadas e inúmeras localidades em estado de
atenção e de emergência. A enxurrada de acontecimentos tem data marcada no
calendário nacional e o que tem sido divulgado parece até cópia do que foi
veiculado nos anos anteriores... Mas não é. Estamos em 2012 e dezenas de
milhares de brasileiros estão sofrendo em mais uma seqüência de desastres
provocados pela negligência do governo brasileiro...
***
Como medida – mais que
provisória, o governo federal insiste na repetição dos equívocos. Na contramão
do que deveria ser feito, o governo petista, preocupado com sua imagem, criou
na última semana (5) um crédito extraordinário, conforme publicado no Diário
Oficial da União, que será destinado aos ministérios da Integração Nacional e
da Ciência e Tecnologia: R$ 482 milhões, dos quais apenas R$ 6 milhões serão
destinados à implantação do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de
Desastres Naturais. O restante será destinado a obras preventivas nas regiões
que foram afetadas pelas chuvas.
Para ressaltar o tamanho
da incompetência, basta dizer que o governo Dilma Rousseff gastou seis vezes
mais com verbas emergenciais para localidades atingidas por desastres do que o
que estava orçado para prevenção, numa clara inversão de prioridades. E pior,
está criando o que já havia sido criado pelo mesmo governo face às inundações
ocorridas no ano anterior.
É interessante avaliar ainda
que o orçamento da “União”, em 2011, previa R$ 626,4 milhões para gastos com
publicidade dos atos do governo federal. Cerca de R$ 100 milhões a mais do que
os R$ 529 milhões que foram destinados a obras de prevenção a desastres no
mesmo ano e sequer foram aplicados. É mais eficaz para o governo convencer o
povo de que tudo está bem do que trabalhar para evitar mais centenas de mortes
por conta de enchentes e outros “desastres”.
O custo econômico da
inépcia e despreparo do regime petista e de seus “companheiros” (pmdbistas, psdebistas,
etc...) para o Brasil é astronômico. Por conta das inundações, para citar um
exemplo, os principais corredores viários de Minas Gerais, do noroeste
fluminense e do sul capixaba estão interditados, impedindo o escoamento da
produção do que é produzido na região e o trânsito dos bens produzidos em
outras regiões. Na cidade de Nova Friburgo, cenário de tragédia no ano passado,
apenas agora, um ano depois, os agricultores começam a se recuperar e a
desenvolver novamente a economia local. Mas o comércio e o turismo local
continuam estagnados, tendo diversos estabelecimentos da região serrana
fluminense fechado as portas em conseqüência da infra-estrutura destruída e da
economia local ainda estrangulada.
Chama a atenção não a
catástrofe – que já vimos em outros anos, mas o despreparo absurdo das
“autoridades” para lidar com situações simples e facilmente evitáveis. Seria
razoavelmente compreensível se, pelas conseqüências desproporcionais, os
desastres e a incapacidade do governo se dessem pela ação de um terremoto,
furacão ou tsunami, que são imprevisíveis e atípicos em nossa geografia.
No Brasil de hoje os
administradores públicos se isentam da responsabilidade de seus atos – estão lá
fazendo o favor de nos governar! – e não respondem pelas conseqüências, o que é
um absurdo, pois, por conta do jogo de empurra-empurra, o criminoso que ocupa o
cargo público sente-se no direito de fazer cara de choro e participar da
revoada de helicópteros sobre as áreas destruídas. Ao invés de responder por
seus atos, enxergam nas tragédias mais uma oportunidade para angariar votos da
população castigada. E aí prossegue um ciclo de promessas que antecedem novos
desastres.
A prontidão e eficiência
do governo federal estranhamente só são assistidas nos momentos em que o
partido e seus subordinados estão dispostos a lucrar e a tirar vantagem do
patrimônio do povo brasileiro. As facilidades aparecem rapidamente na hora de
submeter a legislação brasileira aos interesses de uma organização
internacional – ONU, COI, FIFA – ou construir estádios monumentais com o
dinheiro do povo para empresas privadas (clubes de futebol), mas, nunca na hora
de entregar casas aos desabrigados e garantir a reconstrução das cidades que
realmente precisam.
O interesse nacional, como
sempre, vem por último. A população dos municípios se vê, ao fim de tudo, refém
dos governos estadual e federal. Enquanto milhares de brasileiros sofrem com a
inoperância, o despreparo e a falta de senso da gestão petista, o ministro da
(des)integração nacional ainda busca uma explicação minimamente convincente
para o que está ocorrendo.
Na verdade, a única
explicação convincente seria a presidenta (!) reconhecer que o petismo loteou –
literalmente – a máquina pública. Não há técnicos no governo que possam
responder energicamente às necessidades e anseios do povo brasileiro. Brasília
foi tomada de assalto pela canalha desta partidocracia, interessada apenas na
manutenção do poder e nos acordos espúrios.
Pela demissão de todo o
governo!
Pelo Bem do Brasil!
Pelo Bem do Brasil!
Eduardo Ferraz
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