12
de Outubro[i]
No
último dia 07 de Outubro, celebramos nós outros os quatrocentos e quarenta e
dois anos da vitória cristã na Batalha de Lepanto, que salvou a Europa e pôs
fim à expansão do Império Otomano no Mediterrâneo, assim como o octogésimo
primeiro aniversário do Manifesto de
Outubro, documento histórico e Carta
Magna do Integralismo, cuja mensagem essencialmente cristã e brasileira
rapidamente se espalhou por todo o território nacional, constituindo a Doutrina
do maior movimento social renovador de toda a História Pátria.
Hoje,
dia 12 de Outubro, nós outros, legionários de Deus, da Pátria e da Família,
diante da Cruz de Cristo, do auriverde Pendão Nacional e da bandeira azul e
branca do Sigma, havendo realizado esta memorável reunião em honra ao Manifesto de Outubro, celebramos, agora,
o Dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil, do mesmo
modo que o Dia da Hispanidade, o Dia da América, o Dia das Crianças e o
octogésimo segundo aniversário do Monumento ao Cristo Redentor do Corcovado e
da solene consagração do Brasil a Cristo Rei e Redentor.
Foi,
segundo reza a tradição, há exatos duzentos e noventa e quatro anos, aos doze
dias do mês de outubro do ano da graça de 1717, que, nas águas do rio Paraíba
do Sul, no atual Município de Aparecida, tradicional e popularmente conhecido
como “Aparecida do Norte” e por esse tempo pertencente à Vila de Santo Antônio
de Guaratinguetá, na então Capitania de São Paulo e das Minas do Ouro, humildes
pescadores encontraram a enegrecida imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira
de Portugal, heroica e cruzada Nação de que nasceu a nossa igualmente heroica e
cruzada Nação. Hoje, todos os autênticos brasileiros, quer se considerem ou não
católicos, devem evocar, com o máximo respeito, a figura de Nossa Senhora da
Conceição Aparecida, padroeira deste grande Império do ontem e do amanhã ao
lado do injustamente olvidado São Pedro de Alcântara.
Foi
também a 12 de Outubro que Cristóvão Colombo chegou a este magno Continente que
tantos filhos e frutos deu à Cristandade, sendo nesta data celebrado, em todo o
Mundo Hispânico, ao qual pertence o Brasil, assim como Portugal e todo o Mundo
Lusíada, o Dia da Hispanidade, também chamado Dia da Raça, tomado este último
termo em seu sentido espiritual e cultural. É assim, pois, que nós outros,
descendentes em sangue e espírito ou apenas em espírito dos portugueses, daquela
“gente fortissima de Espanha" de que nos fala Luís Vaz de Camões,[1]
defendendo, como António Sardinha, “a unidade cultural e social do elevado destino
que Portugal e Castela nobremente conseguiram no Universo, dilatando com a Fé e
o Império o mesmo ideal superior da civilização”,[2]
celebramos o Dia da Hispanidade, lamentavelmente tão pouco evocado em nossa
América Lusíada. E, como luso-americanos, e, enquanto tais, filhos da América,
não podemos deixar de celebrar o dia deste imenso Continente.
Quanto
ao Dia das Crianças, o despimos do caráter comercial que este adquiriu, assim
como do caráter, que igualmente adquiriu, em nosso País, de substituição ao Dia
de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, substituição esta orquestrada pelas
forças anticristãs, antitradicionais e antinacionais controladas pelos
adoradores de Mamon e do Bezerro de Ouro, e, assim, lembrando que tal dia foi
instituído com intenções legítimas pelo Presidente Arthur Bernardes, católico
devoto e praticante e exemplar patriota e nacionalista, homenageamos todas as
crianças brasileiras, representantes do porvir da Nação, rogando a Deus que
suscite entre elas futuros soldados de Cristo Rei e da Terra de Santa Cruz.
Por
fim, mas não menos importante, recordemos o octogésimo segundo aniversário da
estátua do Cristo Redentor do Corcovado e da solene consagração do Brasil a
Cristo Rei e Redentor, realizada pelo Cardeal Dom Sebastião Leme da Silveira
Cintra, Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, por ocasião da
inauguração daquele monumento. E fechemos esta breve apresentação transcrevendo
a fórmula de consagração de nossa Terra de Santa Cruz a Cristo Rei e Redentor, composta
pela Madre Maria José de Jesus, priora do Convento de Santa Tereza, a pedido de
Dom Leme, e, em seguida, uma breve invocação de Plínio Salgado a Cristo Rei, que
vem a ser a peroração da conferência intitulada Primeiro, Cristo! e por ele proferida em 28 de outubro de 1945 no
Liceu Camões, em Lisboa, a convite da Acção Católica portuguesa e na presença
de Dom Manuel Gonçalves Cerejeira, Cardeal-Patriarca de Lisboa.
Senhor Jesus, Redentor nosso, verdadeiro Deus
E verdadeiro Homem, que Sois para o mundo
A única fonte de luz, de paz, de progresso e de
felicidade,
E Salvador que nos remistes com o sacrifício da
Vossa vida,
Eis a Vossos pés representado o Brasil, a Terra de
Santa Cruz,
Que se consagra solenemente a Vosso Coração
sacratíssimo
E Vos reconhece, para sempre, por seu único Rei e
Senhor.
Vós, que esculpistes no céu brasileiro a Vossa
cruz,
De onde jamais poderá ser apagada,
Aceitai e abençoai essa imagem que será entre nós
O símbolo de Vossa Fé de Rei de nosso espírito,
De Vossa dor de Rei de nossos corações.
Oh! Reinai, Senhor Jesus, reinai sobre nossa Pátria
Queremos que o Brasil viva e prospere sob os Vossos
olhares, Queremos que o nosso povo seja sempre iluminado
Pela verdade de vosso Evangelho.
Reinai, ó Cristo Rei, reinai, ó Cristo Redentor!
Ser brasileiro seja crer em Jesus Cristo, amar a
Jesus Cristo!
E esta sagrada imagem seja o símbolo de Vosso
domínio,
De Vosso amparo, de Vossa predileção, de Vossa
bênção,
Que paira sobre o Brasil e sobre os brasileiros,
Como Senhor dos que, tendo sido Vossos na terra,
Vossos serão eternamente no céu.
Amém.[3]
Por Cristo-Rei
Seja, pois, a exaltação da realeza de Cristo, o coroamento destas
palavras. Eu a proclamo, do fundo da minha pequenez, com o ardor de um soldado.
E como soldado vos convido ó homens do meu tempo, a aclamarmos o Cristo-Rei,
por cujo Reino devemos ir à luta, uma luta diferente, porque não seremos
portadores de morte, mas de vida; nem de aflições, mas de consolações, nem de
crueza, mas de bondade.
E vós – ó Jesus, a quem tanto amamos, e que estais tão abandonado pelas
nações no século dos horrores, como vos prefigurou na tábua apocalíptica o
pintor neerlandês [Van Aeken, o Bosch] – recebei o nosso preito de soldados
fiéis, e socorrei-nos em nossas fraquezas, para que possamos cumprir quanto
desejamos, no empenho de vos bem servir; pois incapazes somos nós sem vossa
Graça, mas se não faltardes com Ela, ainda que hajamos de cair muitas vezes,
outras tantos nos levantaremos, de sorte que, nas horas perigosas, nas horas
decisivas e, principalmente, na hora extrema, por vós, sempre por vós,
estaremos de pé![4]
Por Cristo Rei e Redentor e pela Nação!
Victor Emanuel Vilela Barbuy, Presidente Nacional
da Frente Integralista Brasileira.
São Paulo, 12 de Outubro de 2013- LXXXI.
[1] CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas, Canto I, estrofe XXXI.
[2] SARDINHA, António. À lareira de Castela. Lisboa: Edições Gama, 1943, pp. 12-13.
[3]
In PIO XI. Carta Encíclica Quas Primas.
Tradução de Renato Romano. Belo Horizonte: Edições Cristo Rei, 2011, p. 53
(edição comemorativa dos 80 anos de inauguração do Cristo Redentor e da
consagração do Brasil a Cristo Rei e Redentor). A fórmula de consagração do
Brasil a Cristo Rei e Redentor foi transcrita nesta obra do jornal Folha da Manhã, de São Paulo, de 13 de
outubro de 1931.
[4] SALGADO, Plínio. Primeiro,
Cristo!. 4ª ed. (em verdade 5ª). São Paulo/Brasília: Editora Voz do
Oeste/Instituto Nacional do Livro, 1979, pp. 26-27.
[i] Palavras proferidas no encerramento
da reunião do núcleo paulistano da Frente Integralista Brasileira (FIB) de 12
de outubro de 2013, realizada em homenagem ao Manifesto de Outubro.
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