Wednesday, December 24, 2014

Mensagem de Natal e Ano-Novo


 
Companheiros! Tendo, uma vez mais, a honra e o privilégio de vos dirigir a palavra no limiar de um Natal e de um Ano-Novo, que, segundo esperamos, serão mais abençoados, santos e felizes do que aqueles que os precederam, enfatizamos que o ano de 2014 foi de considerável progresso para o Integralismo e a Frente Integralista Brasileira. Com efeito, o Movimento e a Doutrina do Sigma conquistaram vários novos adeptos e simpatizantes em todo o Brasil e mesmo fora dele e a Frente Integralista Brasileira se fortaleceu enquanto escola de civismo, de cultura e de política e como guardiã do rico legado cultural e moral de Plínio Salgado e da Ação Integralista Brasileira, bem como de outras instituições integralistas do passado.
O ano de 2015, em que celebraremos os cento e vinte anos do nascimento de Plínio Salgado, Chefe Perpétuo da Revolução Integralista, será, contudo, muito mais prolífico para o Movimento do Sigma do que foi este ano de 2014. Isto porque em 2015 deverão ser lançados diversos novos livros sobre o Integralismo e a respeito de alguns vultos do Movimento Sigmático, bem como obras de autores integralistas, do mesmo modo que deverão ser fundados novos núcleos da Frente Integralista Brasileira em diferentes regiões deste vasto Império da Terra de Santa Cruz.
Uma vez que vos dirigimos a palavra no umbral de um novo Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo e do início de um novo ano da Era Cristã, não podemos deixar de proclamar, uma vez mais, a realeza de Cristo, Mestre dos Mestres e Rei dos Reis, Imperador do Universo e princípio e fim de todas as coisas.
Nós, soldados de Cristo Rei e Redentor e da Nação Brasileira, hoje como ontem, temos a coragem de remar contra a corrente materialista e anticristã da hora que passa, erguendo bem alto a Cruz de Cristo e a bandeira azul e branca do Sigma e fazendo nossos os lemas “Primeiro, Cristo!”, de Plínio Salgado, e “Tudo instaurar em Cristo” (Intaurare omnia in Christo), do Papa São Pio X [2], este último tirado da Epístola do Apóstolo São Paulo aos Efésios (Ef. 1, 10). Isto porque, como prelecionou o autor da Vida de Jesus, de Primeiro, Cristo! e de O Rei dos Reis, “Deus é a medida do Homem” [3], assim como de todas as coisas, e “o problema do mundo é espiritual” [4], sendo nosso dever proclamar o Primado do Espiritual sobre o político e o econômico [5], e, por conseguinte, igualmente proclamar, como o magno pensador, escritor e líder político patrício, que a salvação do Mundo se dará pela santificação das almas [6] e que “Jesus, o Cristo, o Filho de Deus Vivo, Mestre incomparável e Redentor do Mundo – é a chave de todos os problemas humanos” [7].
Nós, que, como Plínio Salgado, lutamos, com todas as nossas forças, pelo Reino de Cristo Rei, por quem sempre estaremos de pé [8], e que, ainda como o nosso Chefe Nacional, gritamos, também com todas as nossas forças, “que só a soberania de Cristo trará a verdadeira liberdade, conforme aos católicos da Colômbia disse Pio XII” [9], voltamo-nos, nesta véspera de Natal, para o Cristo, que é, como diz o Evangelho de São João, “o Caminho, a Verdade e a Vida” (João 14,6), bem como “o pão da vida” (João 6,35) e a fonte de “água viva”, capaz de saciar para sempre toda a sede de quem a bebe (João 4,10-14). E nos voltamos ao Filho do Homem, ao Divino Mestre, em cujas lições sempre procuramos nos inspirar, neste tempo em que impera, em todo o Orbe Terrestre, a inversão dos valores e a confusão dos espíritos, por termos plena certeza de que, como escreveu Plínio Salgado, na Carta de Natal e Fim de Ano, de 1935, é na lição de Jesus Cristo e apenas nela que podemos encontrar “a verdadeira linha do Estado, da Sociedade, da Família e do Homem, segundo suas finalidades próprias, seus limites próprios, sua própria essência” [10]. Daí proclamarmos, novamente como o grande apóstolo e bandeirante de Cristo Rei e Redentor e do Brasil Integral que foi e é Plínio Salgado, que o Estado Integral, a um só tempo anti-individualista e antitotalitário, que desejamos edificar no Brasil, é “o Estado que vem de Cristo, inspira-se em Cristo, age por Cristo e vai para Cristo” [11], e, parafraseando o autor de A imagem daquela noite, A aliança do sim e do não e A tua cruz, Senhor..., fazemos a seguinte profissão de Fé:
Eu creio em Deus Eterno, Criador e Sumo Regente do Universo; creio na Alma, no Espírito Imortal; creio no livre-arbítrio, no poder optativo, deliberativo da Alma Humana e em sua capacidade de interferir nos acontecimentos históricos, erguendo as multidões e conduzindo-as. Creio em Cristo Rei e Redentor, o Deus Filho, Soberano e Sumo Bem do Cosmos, e na Luz que d’Ele desce e resplende muito mais do que todas as auroras e crepúsculos deste Mundo. Creio que aqueles que O invocam, que Lhe suplicam inspiração, que Lhe pedem com humildade Fé, Esperança, Caridade, Prudência, Justiça, Fortaleza, Temperança, Sabedoria, escutam as misteriosas harpas dos anjos da milícia celeste que despertaram, uma noite, em Belém da Judeia, os homens simples e de boa vontade para que louvassem o Senhor, o Messias, o Rei dos Reis, que acabara de nascer numa manjedoura.
Por Cristo me levantei; por Cristo quero um Brasil grande e forte; por Cristo ensino a doutrina da solidariedade humana e da harmonia social e defendo a Família, cellula mater da Sociedade, o Município, cellula mater da Nação, e todos os demais Grupos Sociais Naturais; por Cristo vos conclamo; por Cristo vos conduzo; por Cristo batalharei, estando disposto a sacrificar a própria vida por Ele e pela Nação.
Na hora da perseguição, das dificuldades e das incertezas para nós e para a Terra de Santa Cruz, quero contar conVosco, ó Cristo! Na hora do triunfo, quero construir conVosco. E quando nos chamarem fracos, ó Cristo, eu Vos peço, dai-nos, do alto da Vossa Divina Glória, a Vossa Fortaleza! [12]
***
A civilização ocidental de nossos dias é essencialmente materialista, cientificista, tecnicista, epicurista e capitalista, nela reinando, em lugar do Cristo, Mamon e o Bezerro de Ouro. Daí ser um crime se chamar tal civilização de cristã, como bem assinalou Plínio Salgado [13], que percebeu a grande necessidade que temos de uma profunda “revolução nos costumes, de sorte a repor a sociedade de hoje nas bases do espírito cristão” [14], ou, em outras palavras, uma Revolução que restaure a autêntica Civilização Cristã sobre os escombros da civilização ocidental moderna.
Talvez o primeiro passo de tal Revolução seja a restauração do verdadeiro espírito do Natal, que é o aniversário natalício de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo e Redentor do Homem, e não a festa materialista do “Papai-Noel bonachão” e da árvore cheia de presentes caros para crianças ricas e contentes de que nos falou Alfredo Leite num de seus belos e tocantes poemas natalinos [15].
Havendo mencionado o nome de nosso ilustre companheiro Alfredo Leite, reputamos ser mister assinalar que é ele um dos grandes poetas patrícios de Nossa Senhora e, sem sombra de dúvida, o maior poeta natalino do nosso Brasil, sendo “seus poemas de Natal”, na expressão de Renato Pacheco, “um bálsamo para a alma nesses dias tormentosos que estamos vivendo” [16], tendo o poeta com eles conquistado considerável número de ardorosos admiradores. Isto posto, encerramos esta singela mensagem de Natal e Ano-Novo com a transcrição das estrofes finais da Súplica deste inspirado poeta, que se proclama “fervoroso apóstolo do nacionalismo cristão, baseado no culto dos valores supremos de DEUS, PÁTRIA e FAMÍLIA” [17]:
Ó Deus menino, ó Jesus amado,
Deus nascido à sombra de uma cruz
para vencer a morte e o pecado.
Dá-me a Tua força para amar,
para nascer e renascer, para perdoar,
para sofrer e dizer amém,
para pedir humildemente de joelhos,
com o sentimento mais sincero e mais profundo,
a redenção do Brasil e a salvação do mundo...  [18]

Por Cristo Rei e Redentor e pela Nação Brasileira!
São Paulo, 24 de dezembro de 2014 LXXXII.
           

 [1] Primeiro, Cristo!, 4ª edição, in Obras Completas, volume 6, 2ª edição, São Paulo, Editora das Américas, 1957.
[2] Encíclica E Supremi Apostolatus, dada em Roma a 04 de outubro de 1903. Disponível (em latim) em: http://w2.vatican.va/content/pius-x/la/encyclicals/documents/hf_p-x_enc_04101903_e-supremi.html.
[3] Primeiro, Cristo!, cit., p. 147.
[4] O Rei dos Reis, in Obras Completas, volume 6, 2ª edição, São Paulo, Editora das Américas, 1957, p. 291.
[5] Idem, p. 294.
[6] Primeiro, Cristo!, cit., p. 211.
[7] Idem, p. 206.
[8] Idem, p. 171.
[9] Idem, p. 168.
[10] Carta de Natal e Fim de Ano, in O Integralismo perante a Nação, 4ª edição, in Obras completas, volume 9, 2ª edição, São Paulo, Editora das Américas, 1957, p. 144.
[11] Cristo e o Estado Integral, in O Integralismo perante a Nação, 5ª edição, in Obras Completas, volume 9, cit., p. 201. Cristo e o Estado Integral é a peroração do discurso proferido por Plínio Salgado na Sessão Soleníssima das Cortes do Sigma, realizada a 12 de junho de 1937 no Instituto Nacional de Música, no Rio de Janeiro.
[12] Idem, pp. 202-203.
[13] Espírito da burguesia, 6ª edição, in Obras Completas, volume 15, 2ª edição, São Paulo, Editora das Américas, 1959, p. 171.
[14] Idem, pp. 170-171.
[15] Com amor e devoção, São Paulo, GRD Edições, 2010, p. 53.
[16] Citado na “orelha” da contracapa do livro Com amor e devoção (Op. cit.).
[17] Introdução (não assinada), in Com amor e devoção, cit., p. 11.
[18] Com amor e devoção, cit., p. 44.

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