Companheiros! Tendo, uma vez mais, a honra e o privilégio de
vos dirigir a palavra no limiar de um Natal e de um Ano-Novo, que, segundo
esperamos, serão mais abençoados, santos e felizes do que aqueles que os
precederam, enfatizamos que o ano de 2014 foi de considerável progresso para o
Integralismo e a Frente Integralista Brasileira. Com efeito, o Movimento e a
Doutrina do Sigma conquistaram vários novos adeptos e simpatizantes em todo o
Brasil e mesmo fora dele e a Frente Integralista Brasileira se fortaleceu
enquanto escola de civismo, de cultura e de política e como guardiã do rico
legado cultural e moral de Plínio Salgado e da Ação Integralista Brasileira,
bem como de outras instituições integralistas do passado.
O ano de 2015, em que celebraremos os cento e vinte anos do
nascimento de Plínio Salgado, Chefe Perpétuo da Revolução Integralista, será,
contudo, muito mais prolífico para o Movimento do Sigma do que foi este ano de
2014. Isto porque em 2015 deverão ser lançados diversos novos livros sobre o
Integralismo e a respeito de alguns vultos do Movimento Sigmático, bem como
obras de autores integralistas, do mesmo modo que deverão ser fundados novos
núcleos da Frente Integralista Brasileira em diferentes regiões deste vasto
Império da Terra de Santa Cruz.
Uma
vez que vos dirigimos a palavra no umbral de um novo Natal de Nosso Senhor
Jesus Cristo e do início de um novo ano da Era Cristã, não podemos deixar de
proclamar, uma vez mais, a realeza de Cristo, Mestre dos Mestres e Rei dos
Reis, Imperador do Universo e princípio e fim de todas as coisas.
Nós,
soldados de Cristo Rei e Redentor e da Nação Brasileira, hoje como ontem, temos
a coragem de remar contra a corrente materialista e anticristã da hora que
passa, erguendo bem alto a Cruz de Cristo e a bandeira azul e branca do Sigma e
fazendo nossos os lemas “Primeiro, Cristo!”, de Plínio Salgado, e “Tudo instaurar
em Cristo” (Intaurare omnia in Christo),
do Papa São Pio X [2], este último tirado da
Epístola do Apóstolo São Paulo aos Efésios (Ef. 1, 10). Isto porque, como
prelecionou o autor da Vida de Jesus,
de Primeiro, Cristo! e de O Rei dos Reis, “Deus é a medida do
Homem” [3], assim como de todas as coisas, e “o problema do mundo é espiritual”
[4], sendo nosso dever proclamar o Primado do Espiritual sobre o político e o
econômico [5], e, por conseguinte, igualmente proclamar, como o magno pensador,
escritor e líder político patrício, que a salvação do Mundo se dará pela
santificação das almas [6] e que “Jesus, o Cristo, o Filho de Deus Vivo, Mestre
incomparável e Redentor do Mundo – é a chave de todos os problemas humanos”
[7].
Nós, que, como Plínio Salgado, lutamos, com todas as nossas
forças, pelo Reino de Cristo Rei, por quem sempre estaremos de pé [8], e que,
ainda como o nosso Chefe Nacional, gritamos, também com todas as nossas forças,
“que só a soberania de Cristo trará a verdadeira liberdade, conforme aos
católicos da Colômbia disse Pio XII” [9], voltamo-nos, nesta véspera de Natal, para
o Cristo, que é, como diz o Evangelho de São João, “o Caminho, a Verdade e a Vida”
(João 14,6), bem como “o pão da vida” (João 6,35) e a fonte de “água viva”,
capaz de saciar para sempre toda a sede de quem a bebe (João 4,10-14). E nos
voltamos ao Filho do Homem, ao Divino Mestre, em cujas lições sempre procuramos
nos inspirar, neste tempo em que impera, em todo o Orbe Terrestre, a inversão
dos valores e a confusão dos espíritos, por termos plena certeza de que, como escreveu
Plínio Salgado, na Carta de Natal e Fim
de Ano, de 1935, é na lição de Jesus Cristo e apenas nela que podemos
encontrar “a verdadeira linha do Estado, da Sociedade, da Família e do Homem,
segundo suas finalidades próprias, seus limites próprios, sua própria essência”
[10]. Daí proclamarmos, novamente como o grande apóstolo e bandeirante de
Cristo Rei e Redentor e do Brasil Integral que foi e é Plínio Salgado, que o
Estado Integral, a um só tempo anti-individualista e antitotalitário, que
desejamos edificar no Brasil, é “o Estado que vem de Cristo, inspira-se em
Cristo, age por Cristo e vai para Cristo” [11], e, parafraseando o autor de A imagem daquela noite, A aliança do sim e do não e A tua cruz, Senhor..., fazemos a
seguinte profissão de Fé:
Eu
creio em Deus Eterno, Criador e Sumo Regente do Universo; creio na Alma, no
Espírito Imortal; creio no livre-arbítrio, no poder optativo, deliberativo da
Alma Humana e em sua capacidade de interferir nos acontecimentos históricos,
erguendo as multidões e conduzindo-as. Creio em Cristo Rei e Redentor, o Deus
Filho, Soberano e Sumo Bem do Cosmos, e na Luz que d’Ele desce e resplende
muito mais do que todas as auroras e crepúsculos deste Mundo. Creio que aqueles
que O invocam, que Lhe suplicam inspiração, que Lhe pedem com humildade Fé,
Esperança, Caridade, Prudência, Justiça, Fortaleza, Temperança, Sabedoria,
escutam as misteriosas harpas dos anjos da milícia celeste que despertaram, uma
noite, em Belém da Judeia, os homens simples e de boa vontade para que
louvassem o Senhor, o Messias, o Rei dos Reis, que acabara de nascer numa manjedoura.
Por
Cristo me levantei; por Cristo quero um Brasil grande e forte; por Cristo
ensino a doutrina da solidariedade humana e da harmonia social e defendo a
Família, cellula mater da Sociedade,
o Município, cellula mater da Nação,
e todos os demais Grupos Sociais Naturais; por Cristo vos conclamo; por Cristo
vos conduzo; por Cristo batalharei, estando disposto a sacrificar a própria
vida por Ele e pela Nação.
Na
hora da perseguição, das dificuldades e das incertezas para nós e para a Terra
de Santa Cruz, quero contar conVosco, ó Cristo! Na hora do triunfo, quero
construir conVosco. E quando nos chamarem fracos, ó Cristo, eu Vos peço,
dai-nos, do alto da Vossa Divina Glória, a Vossa Fortaleza! [12]
***
A
civilização ocidental de nossos dias é essencialmente materialista,
cientificista, tecnicista, epicurista e capitalista, nela reinando, em lugar do
Cristo, Mamon e o Bezerro de Ouro. Daí ser um crime se chamar tal civilização
de cristã, como bem assinalou Plínio Salgado [13], que percebeu a grande necessidade
que temos de uma profunda “revolução nos costumes, de sorte a repor a sociedade
de hoje nas bases do espírito cristão” [14], ou, em outras palavras, uma
Revolução que restaure a autêntica Civilização Cristã sobre os escombros da
civilização ocidental moderna.
Talvez
o primeiro passo de tal Revolução seja a restauração do verdadeiro espírito do
Natal, que é o aniversário natalício de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do
Universo e Redentor do Homem, e não a festa materialista do “Papai-Noel
bonachão” e da árvore cheia de presentes caros para crianças ricas e contentes
de que nos falou Alfredo Leite num de seus belos e tocantes poemas natalinos
[15].
Havendo
mencionado o nome de nosso ilustre companheiro Alfredo Leite, reputamos ser
mister assinalar que é ele um dos grandes poetas patrícios de Nossa Senhora e,
sem sombra de dúvida, o maior poeta natalino do nosso Brasil, sendo “seus
poemas de Natal”, na expressão de Renato Pacheco, “um bálsamo para a alma
nesses dias tormentosos que estamos vivendo” [16], tendo o poeta com eles
conquistado considerável número de ardorosos admiradores. Isto posto,
encerramos esta singela mensagem de Natal e Ano-Novo com a transcrição das
estrofes finais da Súplica deste
inspirado poeta, que se proclama “fervoroso apóstolo do nacionalismo cristão,
baseado no culto dos valores supremos de DEUS, PÁTRIA e FAMÍLIA” [17]:
Ó Deus menino, ó
Jesus amado,
Deus nascido à sombra
de uma cruz
para vencer a morte e
o pecado.
Dá-me a Tua força
para amar,
para nascer e
renascer, para perdoar,
para sofrer e dizer
amém,
para pedir
humildemente de joelhos,
com o sentimento mais
sincero e mais profundo,
a redenção do Brasil
e a salvação do mundo... [18]
Por
Cristo Rei e Redentor e pela Nação Brasileira!
São
Paulo, 24 de dezembro de 2014 LXXXII.
[1] Primeiro, Cristo!,
4ª edição, in Obras Completas, volume
6, 2ª edição, São Paulo, Editora das Américas, 1957.
[2] Encíclica
E Supremi Apostolatus, dada em Roma a
04 de outubro de 1903. Disponível (em latim) em:
http://w2.vatican.va/content/pius-x/la/encyclicals/documents/hf_p-x_enc_04101903_e-supremi.html.
[3] Primeiro, Cristo!, cit., p. 147.
[4] O Rei dos Reis, in Obras Completas, volume 6, 2ª edição, São Paulo, Editora das
Américas, 1957, p. 291.
[5]
Idem, p. 294.
[6] Primeiro, Cristo!, cit., p. 211.
[7] Idem, p. 206.
[8] Idem, p. 171.
[9] Idem, p. 168.
[10] Carta de Natal e
Fim de Ano, in O
Integralismo perante a Nação, 4ª edição, in Obras completas, volume 9, 2ª edição,
São Paulo, Editora das Américas, 1957, p. 144.
[11]
Cristo e o Estado Integral, in O
Integralismo perante a Nação, 5ª edição, in Obras
Completas, volume 9, cit., p. 201. Cristo e o Estado Integral é a peroração
do discurso proferido por Plínio Salgado na Sessão Soleníssima das Cortes do
Sigma, realizada a 12 de junho de 1937 no Instituto Nacional de Música, no Rio
de Janeiro.
[12] Idem, pp. 202-203.
[13] Espírito da
burguesia, 6ª edição, in Obras
Completas, volume 15, 2ª edição, São Paulo, Editora das Américas,
1959, p. 171.
[14]
Idem, pp. 170-171.
[15] Com
amor e devoção, São Paulo, GRD Edições, 2010, p. 53.
[16] Citado na “orelha” da contracapa do livro Com amor e devoção (Op.
cit.).
[17] Introdução
(não assinada), in Com
amor e devoção, cit., p. 11.
[18] Com
amor e devoção, cit., p. 44.
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