Por Victor Emanuel Vilela Barbuy
O Brasil é uma Pátria hispânica. Como sua Pátria-Mãe, Portugal, é ele uma das Espanhas de que falava algures o brilhante jusfilósofo espanhol Francisco Elías de Tejada y Spínola, um dos maiores pensadores tradicionalistas de todos os tempos, fazendo parte do imenso Mundo Hispânico, que engloba, além desses dois países, todas as nações que compõem aquilo que um dia foi a América Espanhola, todos os países tão diferentes – como Castela, Galiza, ou Galícia, Leão, Astúrias, Navarra, Biscaia, Aragão, Andaluzia, Catalunha e Canárias - que formam a nação a que chamamos Espanha, a Sardenha, os antigo reinos de Nápoles e da Sicília, que depois formaram o Reino das Duas Sicílias, as Filipinas e os antigos territórios portugueses na África e na Ásia.
Além de Tejada, diversos outros homens de pensamento espanhóis defenderam a hispanidade de Portugal e do Brasil, incluindo Ramiro de Maeztu – outro dos mais notáveis pensadores tradicionalistas já nascidos, morto pelos vermelhos durante a chamada Guerra Civil Espanhola -, em sua mais célebre obra, intitulada “Defensa de la Hispanidad” e publicada no ano de 1934.
Em Portugal também não foram poucos os escritores e pensadores de estirpe que defenderam que sua nação e, por conseguinte, o Brasil, pertencem ao Mundo Hispânico. Camões, em “Os Lusíadas”, jóia maior da poesia lusófona, já chamava os lusitanos a “gente fortíssima da Espanha”. Antes disso, escrevia André de Resende que os portugueses “Hispani omnes sumus”. E mais tarde, no século XIX, Almeida Garrett ponderava, em seu “Camões”, que todos os filhos da Península Hispânica, ou Península Ibérica, devem ser chamados espanhóis.
Vale lembrar, ademais, que os geógrafos gregos e latinos da Antigüidade, entre os quais o célebre Estrabão, chamavam Hispânia a toda a denominada Península Ibérica.
Já no século XX, o inspirado poeta e vigoroso ensaísta e doutrinador monárquico, patriótico e nacionalista António Sardinha, principal líder do movimento denominado Integralismo Lusitano e sem sombra de dúvida o mais importante pensador da Tradição em Portugal e um dos mais importantes em todo o Mundo, defendeu, em obras como “A aliança peninsular” e “Ao princípio era o Verbo”, que Portugal, seu vasto império ultramarino então ainda existente e o Brasil pertencem ao Mundo Hispânico. E observou, no dealbar de seu livro “À lareira de Castela”, que foi à sombra da velha Catedral de Toledo, num “dia amargo de saudade”, que sentira “como uma realidade viva”, a Espanha-Madre, as Espanhas das clássicas inscrições e dos primitivos roteiros, que “tanto é Castela como Aragão, tanto é Portugal como Navarra”, vendo, desde então, na Hispanidade a unidade não da “raça” (hoje dir-se-ia etnia) ou da terra em seu sentido imediato, mas sim “a unidade cultural e social do elevado destino que Portugal e Castela nobremente conseguiram no Universo, dilatando com a Fé e o Império o mesmo ideal superior da civilização”.
No Brasil, Plínio Salgado, pensador, filósofo e escritor dos mais notáveis, também sustentou que Portugal e o nosso País pertencem à Comunidade Hispânica, falando, por exemplo, em sua obra “O ritmo da História”, de 1949, da “unidade de nosso destino histórico – de Portugal e do Brasil” e da “própria unidade dos povos ibéricos, nesse mesmo destino de sustentar a Cruz de Cristo nos quadrantes do mundo”. Em seguida, afirmou o autor de “Vida de Jesus” e de “Aliança do sim e do não” que “a unidade cultural e moral dos povos hispânicos impõe-se na hora presente”, sendo que tal unidade “fortalecerá o patriotismo de cada nação em particular”, estimulando "as afirmações das personalidades nacionais de cada povo deste grupo humano que floresceu ao sol da América”.
O ilustre pensador, jurista e filósofo José Pedro Galvão de Sousa – maior pensador tradicionalista do Brasil ao lado de Plínio Salgado, na tão abalizada opinião de Francisco Elías de Tejada – proferiu a 28 de abril de 1960, no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, sob o patrocínio de tal Instituto e da Casa de Cervantes, uma magnífica conferência em que demonstrou que o Brasil pertence ao Mundo Hispânico, uma vez que suas raízes históricas remontam à Hispanidade. Dois anos mais tarde, foi publicada a obra “O Brasil no Mundo Hispânico”, reunindo, além da referida conferência, o texto de uma comunicação apresentada por José Pedro ao Centro de Estudos Sociais e Políticos da Associação Comercial de São Paulo, no mesmo ano de 1960, e um artigo denominado “A lição da Espanha” e publicado no jornal “A Gazeta” a 18 de julho de 1961, data em que se celebrou o vigésimo quarto aniversário do levantamento, do alçamento nacional espanhol contra os comunistas e seus aliados, responsáveis, diga-se de passagem, pela queima de inúmeras igrejas e pelo fuzilamento de milhares de pessoas cujo único crime foi o de crer em Deus e na imortalidade da alma.
Anos mais tarde, no “Dicionário de Política” que escreveu em colaboração com Clovis Lema Garcia e José Fraga Teixeira de Carvalho, o Prof. José Pedro tratou, uma vez mais, da hispanidade do Brasil e de Portugal em verbetes como os dedicados à Hispanidade, à Comunidade Hispânica e ao Hispano-americanismo.
Outros brasileiros que sustentaram a condição hispânica de nossa Pátria foram Bento Munhoz da Rocha, em seu ensaio “Uma interpretação das Américas”, e Gilberto Freyre, autor da obra “O brasileiro entre outros hispanos”, em que defende a tese de que o Brasil é duplamente hispânico, uma vez que recebeu, ao longo de sua História, não apenas influência portuguesa, mas também espanhola.
O Brasil é, portanto, uma Pátria hispânica, fazendo parte – juntamente com as antigas possessões castelhanas deste continente – da América Hispânica e da Hispanidade. E o Brasil só será realmente grande, só deixará de ser o grande País do passado e do futuro, do ontem e do amanhã, na expressão de Rui Barbosa, para ser também o grande País do presente, do hoje, quando assumir a consciência de sua hispanidade.
O Brasil é uma Pátria hispânica. Como sua Pátria-Mãe, Portugal, é ele uma das Espanhas de que falava algures o brilhante jusfilósofo espanhol Francisco Elías de Tejada y Spínola, um dos maiores pensadores tradicionalistas de todos os tempos, fazendo parte do imenso Mundo Hispânico, que engloba, além desses dois países, todas as nações que compõem aquilo que um dia foi a América Espanhola, todos os países tão diferentes – como Castela, Galiza, ou Galícia, Leão, Astúrias, Navarra, Biscaia, Aragão, Andaluzia, Catalunha e Canárias - que formam a nação a que chamamos Espanha, a Sardenha, os antigo reinos de Nápoles e da Sicília, que depois formaram o Reino das Duas Sicílias, as Filipinas e os antigos territórios portugueses na África e na Ásia.
Além de Tejada, diversos outros homens de pensamento espanhóis defenderam a hispanidade de Portugal e do Brasil, incluindo Ramiro de Maeztu – outro dos mais notáveis pensadores tradicionalistas já nascidos, morto pelos vermelhos durante a chamada Guerra Civil Espanhola -, em sua mais célebre obra, intitulada “Defensa de la Hispanidad” e publicada no ano de 1934.
Em Portugal também não foram poucos os escritores e pensadores de estirpe que defenderam que sua nação e, por conseguinte, o Brasil, pertencem ao Mundo Hispânico. Camões, em “Os Lusíadas”, jóia maior da poesia lusófona, já chamava os lusitanos a “gente fortíssima da Espanha”. Antes disso, escrevia André de Resende que os portugueses “Hispani omnes sumus”. E mais tarde, no século XIX, Almeida Garrett ponderava, em seu “Camões”, que todos os filhos da Península Hispânica, ou Península Ibérica, devem ser chamados espanhóis.
Vale lembrar, ademais, que os geógrafos gregos e latinos da Antigüidade, entre os quais o célebre Estrabão, chamavam Hispânia a toda a denominada Península Ibérica.
Já no século XX, o inspirado poeta e vigoroso ensaísta e doutrinador monárquico, patriótico e nacionalista António Sardinha, principal líder do movimento denominado Integralismo Lusitano e sem sombra de dúvida o mais importante pensador da Tradição em Portugal e um dos mais importantes em todo o Mundo, defendeu, em obras como “A aliança peninsular” e “Ao princípio era o Verbo”, que Portugal, seu vasto império ultramarino então ainda existente e o Brasil pertencem ao Mundo Hispânico. E observou, no dealbar de seu livro “À lareira de Castela”, que foi à sombra da velha Catedral de Toledo, num “dia amargo de saudade”, que sentira “como uma realidade viva”, a Espanha-Madre, as Espanhas das clássicas inscrições e dos primitivos roteiros, que “tanto é Castela como Aragão, tanto é Portugal como Navarra”, vendo, desde então, na Hispanidade a unidade não da “raça” (hoje dir-se-ia etnia) ou da terra em seu sentido imediato, mas sim “a unidade cultural e social do elevado destino que Portugal e Castela nobremente conseguiram no Universo, dilatando com a Fé e o Império o mesmo ideal superior da civilização”.
No Brasil, Plínio Salgado, pensador, filósofo e escritor dos mais notáveis, também sustentou que Portugal e o nosso País pertencem à Comunidade Hispânica, falando, por exemplo, em sua obra “O ritmo da História”, de 1949, da “unidade de nosso destino histórico – de Portugal e do Brasil” e da “própria unidade dos povos ibéricos, nesse mesmo destino de sustentar a Cruz de Cristo nos quadrantes do mundo”. Em seguida, afirmou o autor de “Vida de Jesus” e de “Aliança do sim e do não” que “a unidade cultural e moral dos povos hispânicos impõe-se na hora presente”, sendo que tal unidade “fortalecerá o patriotismo de cada nação em particular”, estimulando "as afirmações das personalidades nacionais de cada povo deste grupo humano que floresceu ao sol da América”.
O ilustre pensador, jurista e filósofo José Pedro Galvão de Sousa – maior pensador tradicionalista do Brasil ao lado de Plínio Salgado, na tão abalizada opinião de Francisco Elías de Tejada – proferiu a 28 de abril de 1960, no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, sob o patrocínio de tal Instituto e da Casa de Cervantes, uma magnífica conferência em que demonstrou que o Brasil pertence ao Mundo Hispânico, uma vez que suas raízes históricas remontam à Hispanidade. Dois anos mais tarde, foi publicada a obra “O Brasil no Mundo Hispânico”, reunindo, além da referida conferência, o texto de uma comunicação apresentada por José Pedro ao Centro de Estudos Sociais e Políticos da Associação Comercial de São Paulo, no mesmo ano de 1960, e um artigo denominado “A lição da Espanha” e publicado no jornal “A Gazeta” a 18 de julho de 1961, data em que se celebrou o vigésimo quarto aniversário do levantamento, do alçamento nacional espanhol contra os comunistas e seus aliados, responsáveis, diga-se de passagem, pela queima de inúmeras igrejas e pelo fuzilamento de milhares de pessoas cujo único crime foi o de crer em Deus e na imortalidade da alma.
Anos mais tarde, no “Dicionário de Política” que escreveu em colaboração com Clovis Lema Garcia e José Fraga Teixeira de Carvalho, o Prof. José Pedro tratou, uma vez mais, da hispanidade do Brasil e de Portugal em verbetes como os dedicados à Hispanidade, à Comunidade Hispânica e ao Hispano-americanismo.
Outros brasileiros que sustentaram a condição hispânica de nossa Pátria foram Bento Munhoz da Rocha, em seu ensaio “Uma interpretação das Américas”, e Gilberto Freyre, autor da obra “O brasileiro entre outros hispanos”, em que defende a tese de que o Brasil é duplamente hispânico, uma vez que recebeu, ao longo de sua História, não apenas influência portuguesa, mas também espanhola.
O Brasil é, portanto, uma Pátria hispânica, fazendo parte – juntamente com as antigas possessões castelhanas deste continente – da América Hispânica e da Hispanidade. E o Brasil só será realmente grande, só deixará de ser o grande País do passado e do futuro, do ontem e do amanhã, na expressão de Rui Barbosa, para ser também o grande País do presente, do hoje, quando assumir a consciência de sua hispanidade.
7 comments:
gostei do texto =)
concordo plenamente
Engraçado... Durante longo tempo supusera que os patrióticos lusos mal disfarçavam a sua raiva, tão logo se fizesse menção de os comparar aos espanhóis, e se sugerisse alguma espécie de união entre eles. De maneira que isto que tu dizes é novidade para mim.
De mais a mais, os portugueses que conheci sempre trataram os seus vizinhos com escárnio.
Brasil não é hispânico coisa nehuma.
É um novo país de imigração, como os EUA.
Aqui tem raças do mundo inteiro, e é onde elas se congraçarão.
Até o final deste século será a
1ª potência do mundo.
A Espanha é um país de perdedores:
sempre tomou na cabeça da Inglaterra
Iuri, se tivesse lido meu artigo saberia que o termo hispânico não tem nada a ver com "raça", etnia, tanto que afirmo que os países da antiga África portuguesa são hispânicos. O termo hispânico também não diz respeito apenas à Espanha, mas à Península Hispânica. Caso não saiba a Espanha foi, no século XVI e na primeira metade do século XVII, a maior potência mundial...
Se o Brasil é um país de imigrantes de todo mundo, como você me explica que 70% dos brasileiros possuem pelo menos um ascendente português, quando não os dois?
Talvez você more me São Paulo, por isso equivocadamente pense assim.
Tanto Portugal como Espanha, duarante o ínício dos Tempos Modernos foram grandes potências.
Engraçado essa idéia de juntar Espanha/Portugal e transportar para Brasil/Américo Hispânico, e isso só por que lá no passado remoto havia certo termo tal e etc. Então de 1143 e tudo que vem depois, quase 1 milênio, é ignorado! Toda essa história que separa Brasil e Portugal dos Espanhóis e Américo Hispânicos é ignorada. "Puta que la merda" aqui esta meu portunhol... ou o senhor propoem que os 220 milhões de brasileiros e portugueses deixem de falar a língua lusófona para falar o Espanhol? Vá se lascar... Portugal, apesar dos problemas culturais do brasileiro, deixou um país unido e grande. Espanha, deixou pátrias divididas e que poucas falam totalmente espanhol (como Bolívia, Peru...)
Não li até o final, não consegui ler essa pseudo-história absurda, tentativa "ignóbia" de parear o Peru (ou Bolívia) com o Brasil. Talvez a única coisa que se assemelha são os políticos e elites vagabundas e corruptas que vendes os respectivos países aos patrícios estrangeiros e posicionam nossas sociedades no sistema internacional como servos. Fora isso, o Brasil tem condições de ser uma das principais potências mundiais, um país onde 99,8% falam português (86% dos lusófonos DO MUNDO)... TOTALMENTE DIFERENTE DOS AMÉRICOS HISPÂNICOS.
Seria muito mais lógico e real Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde voltarem a ser uma pátria única, um novo império, do que largarmos nossa identidade, nossa língua e nossa história, para dizermos uma mentira inútil e destrutiva para identidade nacional, "que somos hispânicos".
Vá se fud_r, deve ser agente cultural bolivarianista... preparando a morte do lusofonismo brasileiro!!!
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