A
7 de outubro de 1932, foi lançado, em São Paulo, o chamado Manifesto de Outubro, da lavra de Plínio Salgado, já então
consagrado escritor, jornalista e político, além de fundador e diretor da
Sociedade de Estudos Políticos (SEP), um dos mais importantes núcleos de estudo
da realidade, do pensamento e dos problemas brasileiros.
O
Manifesto de Outubro, cujo lançamento
marcou o surgimento do Integralismo e da Ação Integralista Brasileira (AIB), se
inspira, antes e acima de tudo, nos ensinamentos perenes do Evangelho, na
Doutrina Social da Igreja e nas lições de pensadores espiritualistas e
nacionalistas patrícios, e trata, ainda que de forma resumida, de todos os
princípios básicos da Doutrina Integralista, posteriormente aprofundados em
outros manifestos e em livros, artigos e discursos de Plínio Salgado e de
outros próceres do Integralismo.
A
mensagem essencialmente cristã e brasileira do Manifesto de Outubro se espalhou como um rastilho de pólvora por
todo o Brasil. Em poucos anos, a Ação Integralista Brasileira já reunia
centenas de milhares de membros e outros tantos admiradores em todo o País,
constituindo o primeiro “movimento de massas” da História Pátria e o primeiro
partido de âmbito nacional desde o fim do Império.
A
Ação Integralista Brasileira reuniu em suas fileiras, em torno da bandeira azul
e branca do Sigma, pessoas de todos os segmentos da Sociedade, desde os mais
humildes caboclos até os mais ilustres componentes da mais fina flor da
intelectualidade nacional, que constituíram aquilo a que Gerardo Mello Mourão
denominou o “mais fascinante grupo da inteligência do País” (Entrevista
concedida ao Diário do Nordeste, de
Fortaleza, em 24 de outubro de 1996).
Atalaia
do Brasil Profundo, Tradicional, Autêntico e Verdadeiro e inigualável escola de
civismo, patriotismo, tradicionalismo e do mais sadio e edificador
nacionalismo, bem como do mais puro idealismo orgânico e construtor, o
Integralismo, por meio de seu principal instrumento, a Ação Integralista
Brasileira, realizou, na década de 1930, a maior obra cívica e cultural da
História Pátria.
Ao
saudar Plínio Salgado, por ocasião de uma conferência que este realizou na
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em 3 de agosto de 1953, o Prof.
Heraldo Barbuy, filósofo, sociólogo e escritor paulista, examinando a obra de
Plínio Salgado como escritor, pensador e homem de ação, observou que a Doutrina
Pliniana se tornara, então, mais do que nunca, necessária por firmar os
verdadeiros conceitos do Homem, da Sociedade e do Estado, e terminou seu discurso
exaltando a tenacidade, a coerência e a capacidade de sacrifício de Plínio
Salgado, sustentando seu nobre e límpido pensamento em meio às injustiças e
incompreensões (Cf. A MARCHA, Plínio
Salgado falou aos estudantes da Universidade Católica de São Paulo, in A Marcha, ano I, n. 26, 14 de agosto de 1953, p. 1).
Hoje,
ainda muito mais do que em 1953, é necessária a Doutrina Pliniana para o nosso
Brasil e para todo o Mundo e a leitura do Manifesto
de Outubro confirmará isto a todas as pessoas intelectualmente honestas que
a fizerem. É, aliás, com plena consciência disto que, celebrando os cento e
vinte anos do nascimento de Plínio Salgado e os oitenta e três anos do
lançamento do Manifesto de Outubro e realizando
um sonho há muito acalentado, o editor Gumercindo Rocha Dorea, infatigável
combatente em defesa de Deus, da Pátria e da Família, ora lança o presente
livro, que reúne ao Manifesto de Outubro uma
série de textos, quase todos escritos por jovens, comentando cada um dos
artigos daquele tão relevante quanto criminosamente esquecido documento da
História Pátria.
A
leitura do Manifesto de Outubro, dos
textos sobre seus artigos enfeixados no presente volume e do magnífico prefácio
deste livro, escrito pelo Prof. Acacio Vaz de Lima Filho, outro incansável combatente
em prol dos elevados valores consubstanciados na tríade “Deus, Pátria e
Família”, demonstrará não apenas o quanto as doutrinas de Plínio Salgado e do
Integralismo são necessárias, na hora presente, para o Brasil e o Mundo, mas
também a nobreza e perfeição de tais doutrinas, tão injustiçadas pelos inimigos
de Deus, da Pátria e da Família quanto o próprio Plínio Salgado, “esse
injustiçado”, nas justas palavras de Pedro Paulo Filho [Plínio Salgado, esse
injustiçado, in Gumercindo Rocha DOREA (Organizador e apresentador), Anais da 1ª Semana Plínio Salgado, São Bento do Sapucaí, São Paulo, Espaço
Cultural Plínio Salgado, 1994, p. 15].
Victor Emanuel Vilela Barbuy
*Texto da “orelha” do livro Existe um pensamento político
brasileiro?”, Existe, sim, Raymundo Faoro: o Integralismo!: uma nova geração
analisa e interpreta o Manifesto de Outubro de 1932 de Plínio Salgado
(São Paulo, Edições GRD, 2015).
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