Por Rodrigo Emílio
Moída mais que por mós,
A memória dá recado
De um coração que por nós
Bate apesar de enterrado.
Concha do chão, sonho a sós,
Na morte o encontro marcado
Do silêncio com a voz,
Do presente com o passado.
Veio a noite e a paz após.
De vala a vale embalado,
Ali jaz, sono sem foz,
Em solidão o soldado.
Atrás do remorso atroz
Que punge e chaga do lado
De um coração que por nós
Bate apesar de enterrado.
Pela dádiva desmedida
Do eterno camarada,
Levo o tempo de vencida
E trago na minha vida
A morte dele hospedada!
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