Wednesday, November 04, 2009

Resposta à Folha de S. Paulo

A Folha de S. Paulo publicou, no último domingo, um artigo que, intitulado Sangue na Praça da Sé e assinado pelo jornalista Mário Magalhães, trata da vergonhosa tocaia de que foram vítimas os militantes integralistas a 07 de outubro de 1934, quando se celebrava o segundo aniversário do chamado Manifesto de Outubro. A divulgação deste Manifesto, redigido por Plínio Salgado, marcara o surgimento oficial da AIB (Ação Integralista Brasileira), que constituiu o primeiro "movimento de massas" do Brasil e, como ressalta Gerardo Mello Mourão, o "mais fascinante grupo da inteligência do País".

O tristemente famoso atentado daquele dia tem sido deturpado pelos arautos do preconceito ideológico, que em geral transformam em "vilões" os integralistas, que nada mais desejavam do que celebrar pacificamente o segundo aniversário da AIB, ao mesmo tempo em que pintam como "heróis" seus covardes agressores, os militantes da "esquerda", adeptos ou simpatizantes do odioso credo de Karl Marx, que já matou mais seres humanos do que qualquer outra das ideologias da História.

Não foi muito diferente o artigo do Sr. Mário Magalhães, repleto de absurdos ataques contra o Integralismo, que preferimos julgar ser produto de ignorância do que de má fé e de que passaremos a cuidar nas próximas linhas.

Ao contrário do que afirma Magalhães, os integralistas jamais representaram a "extrema-direita", mesmo porque o Integralismo, partindo da concepção integral do Universo e do Homem, rejeita as concepções de "esquerda" e de "direita", que remontam à chamada Revolução Francesa e nada mais exprimem nos tempos atuais. Além do mais, ao afirmar que os integralistas defendiam o "nacionalismo renhido", a Igreja e a propriedade privada, o autor se esqueceu de dizer que o nacionalismo integralista é antiimperialista e tendente ao universalismo, que o Integralismo sempre foi um movimento plenamente ecumênico e que jamais deixou de sustentar a necessidade da função social da propriedade.

Ainda ao contrário do que afirma Magalhães, o Integralismo jamais "mimetizou" o fascismo ou o nazismo, tendo diversos pontos de discordância em relação a estes movimentos. O separa do primeiro, sobretudo, sua concepção antitotalitária do Estado, enquanto do segundo se distancia especialmente em virtude de sua oposição ao racismo. Quanto ao uso de uniformes e símbolos, era este comuníssimo naquela época, sendo adotado inclusive por movimentos da chamada "esquerda", tais como a social-democrata Frente de Ferro, da Alemanha, e a União Comunista Leninista da Juventude (Komsomol), da União Soviética.

Isto posto, cumpre ressaltar que Plínio Salgado sempre condenou, no nazismo, as ideias racistas, a inspiração pagã e o culto exacerbado do Führer, como podemos ver em diversos artigos da década de 1930, bem como na célebre Carta de Natal e fim de ano, de 1935. Ademais, houve vários judeus integralistas e Plínio Salgado sempre se opôs ao antissemitismo, como podemos ver, por exemplo, na Carta aos Camisas-Verdes, de 1934.

As declarações de Plínio Salgado após o atentado da Praça da Sé, ressaltando o papel que neste tiveram os judeus, devem ser interpretadas no contexto da época, quando, aliás, a presença judaica era inegavelmente preponderante nos movimentos comunistas em todo o Mundo. Vale lembrar, com efeito, que Winston Churchill, que ninguém associará ao nazismo, salientou o papel dos judeus na chamada Revolução Russa de 1917 de forma análoga à que Plínio Salgado usou para ressaltar o papel dos mesmos na denominada "Batalha da Praça da Sé".

Por fim, cumpre frisar que, ao contrário do que afirma o jornalista, o ilustre Professor Goffredo Telles Junior foi, até o último de seus dias, um partidário do Integralismo, movimento que via como uma forma de "socialismo com Deus", tanto que colaborou até o fim com a Casa de Plínio Salgado, instituição de que tenho a honra de ser o 1° Vice-Presidente, e meses antes de partir para a Milícia do Além, se referiu ao Manifesto de Outubro como "o nosso Manifesto".

Victor Emanuel Vilela Barbuy, Presidente da FIB (Frente Integralista Brasileira) e 1° Vice-Presidente da Casa de Plínio Salgado.


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