Hoje corre mundo a afirmação de que Gustavo Barroso era racista, acusação que ganhou ares científicos depois que “historiadores” passaram a sustentá-la e divulgá-la. No entanto, como procedem os “ilibados” pesquisadores? Pegam passagens em que Barroso fala de anti-semetismo, amputam-nas, descontextualizam-nas, adulteram-nas mesmo, e apresentam tais trechos falsificados como “prova” incontestável que o nosso saudoso Companheiro era racista. Nós, Integralistas, sabemos perfeitamente o que pensar desta caterva, que de historiadores só possuem o rótulo, pois, são, na verdade, marxistas se fingindo de pesquisadores. Mas, muitos Brasileiros se deixam iludir pela pretensa cientificidade das provas apresentadas e, na impossibilidade de verificar direta e pessoalmente as fontes, acabam por curvar-se ao argumento de autoridade, afinal, estariam mentido tantos professores, mestres e doutores? Sim, infelizmente, estão mentindo, mentindo pela gorja, e o que estes canalhas escrevem não vale o que o gato enterra.
Mas, perguntar-me-ão, Barroso não falou em “anti-semitismo”? Sim, de fato, Gustavo Barroso empregou tal expressão, porém, toda a questão é esta: Teria Gustavo Barroso, naquela época, o mesmo entendimento de “anti-semitismo” que o imposto pelos supostos historiadores que pontificam totalitariamente nas Universidades ou mesmo pelo simples senso comum dos nossos dias? Para responder de forma leal e sincera, transcreverei a seguir alguns trechos do Autor de “O Integralismo em Marcha”.
Eis o que ele disse no "O Integralismo e o Mundo", pág. 17:
"Separam-nos, no entanto, diferenças profundas: O Fascismo se enraiza na gloriosa tradição do Imperio Romano e sua concepção do Estado é cesariana, anti-cristã. O Estado nazista é tambem pagão e se basêa na pureza da raça ariana, no exclusivismo racial. Apoiado nêste, combate os judeus. O Estado Integralista é profundamente cristão, Estado forte, não cesarianamente, mas cristãmente, pela autoridade moral de que está revestido e porque é composto de homens fortes. Alicerça-se na tradição da unidade da pátria e do espirito de brasilidade. Combate os judeus, porque combate os racismos, os exclusivismos raciais, e os judeus são os mais irredutiveis racistas do mundo" (Gustavo Barroso, "O Integralismo e o Mundo". 1ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1936, 290 págs.).
Ora, Barroso, julgava o seu "anti-semitismo" uma forma de ANTI-RACISMO e não de racismo, e isso pode ser confirmado pela seguinte passagem de "Judaísmo, Maçonaria e Comunismo", pág. 10: "Entre nós, o anti-semitismo não póde provir dum sentimento racista, porque o brasileiro é eminentemente contrário a qualquer racismo; porém, dêsse sentido exatamente anti-racista. O que traz o mundo nos sobressaltos continuos atuais, minado pelo revolucionarismo e pelo terrorismo, é justamente o racismo judaico. O judeu não se mistura com outros povos, mantem através dos séculos a pureza de sua raça, e, dentro das outras nações, alicerçado nêsse racismo, conserva a sua nacionalidade, feito um Estado dentro do Estado"(Gustavo Barroso, "Judaísmo, Maçonaria e Comunismo". Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1937. 235 págs., il.). Portanto, paradoxalmente, ele era um "anti-semita" por ser anti-racista... Evidentemente, não estou entrando no mérito da justeza ou não da apreciação barrosiana sobre os judeus, só estou dizendo que ele não se entendia como racista, e atribuir a ele intenções racistas redundará numa compreensão viciosa e viciada do seu Pensamento. Também não pretendo tapar o Sol com a peneira, pelo contrário, estou querendo impedir que seus raios sejam interceptados por algum material opaco...
Não concordo, não posso concordar, que se coloque o Pensamento Barrosiano numa camisa de força ideológica, pré-estabelecida, que assim pode ser caracterizada: Todo o anti-semitismo é racismo; ora, Gustavo Barroso era anti-semita, logo, Gustavo Barroso era racista. Sinto, me perdoem, mas não posso compactuar com tal silogismo – um belo sofisma! -, um reducionismo que não esclarece coisa alguma, ao contrário, só serve para dificultar a apreensão e compreensão da Obra Barrosiana em sua especificidade.
Já transcrevi aqui dois trechos de Gustavo Barroso, em que ele diz claramente que o seu anti-semitismo não é racismo. Que ele não enfocava esse tema sobre o prisma racial, ele o diz desde a primeira Obra em que aborda a “Questão Judaica”(como se dizia na época), “Brasil, Colônia de Banqueiros”, onde afirma na pág. 71: “O anti-semitismo é muito mais antigo que o cristianismo. Nem foi creação dêste. Porque o judaísmo foi o problema mais dificil e perigoso de todos os tempos, não como problema racial ou religioso; porem como problema politico e econômico”(Gustavo Barroso, “Brasil, Colonia de Banqueiros. 2ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1934, 259 págs.).
Vejam o que diz Barroso no “Judaísmo, Maçonaria e Comunismo”, pág. 128:
“Não somos racistas e encontramos apesar de natural simpatia pelo Nazismo, graves defeitos no racismo germanico, os mêsmos que brilhantemente aponta Pierre Lucius no seu livro “Les Révolutions Étrangéres”. Um brasileiro profundamente brasileiro e ao mesmo tempo descendente de raças as mais diversas só por um contrasenso seria racista. Aliás, o estudo constante e amoroso de nossa história mostra que a Nação brasileira é o produto de um espirito de continuidade, de um sentimento e de um pensamento comuns, sem cor de pele ou indagação de procedencia.
“Então, por que combate sem coerencia o judaismo? Perguntarão os abelhudos. E responde-se, serenamente: Combate-se o “racismo judaico” em nome da ausencia de racismo brasileiro. Não se pode admitir que o povo de Israel entenda de se não misturar com os outros, de ser um quisto irredutivel no seio de todos os povos; não se póde admitir que os judeus nascidos no Brasil pertençam a “colonias israelitas” e a toda a espécie de organizações israelitas públicas e secretas”(Gustavo Barroso. “Judaismo, Maçonaria e Comunismo”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1937, 235 págs., il.).
No livro “Sinagoga Paulista” – que tanta celeuma causou -, no meio de um capítulo em que critica um judeu paulista, revela nas págs. 68 e 69, que o filho do dito judeu é Integralista e mais, que esperava que o mencionado judeu “imite o filho, vista uma camisa-verde e venha trabalhar conôsco”(Gustavo Barroso, “Sinagoga Paulista”. 3ª edição revista e com acrescimos. Rio de Janeiro: Empresa Editora ABC, 1937, 281 págs.). Ora, se Barroso fosse um anti-semita racista, não seria mais lógico que ele combatesse a entrada de judeus na A.I.B ao invés de concitá-los a vestir a Camisa-Verde?
Poderia multiplicar as citações, mas, para quê? Afinal, para os inteligentes, as que fiz serão suficientes. Para os demais, basta o dito de nosso sábio Povo: Quem é burro, pede a Deus que o mate e o diabo que o carregue.
Não conheci Barroso, mas, fui amigo pessoal de vários Integralistas que o conheceram e privaram de sua amizade – só para citar um, o Companheiro Benedicto de Aquino, que aparece depondo no filme “Soldados de Deus” -, e, posso afirmar com tranqüilidade e certeza do que estou dizendo que, Gustavo Barroso não nutria qualquer preconceito racial em relação aos judeus. Ninguém é obrigado a acreditar na minha palavra, mas, isso não alterará a verdade em nada.
Só quero deixar bem claro que, não tirei da Obra de Barroso nada que ela não contivesse, ao contrário dos pseudo-historiadores, que atribuem à Barroso opiniões que ele nunca externou. Barroso não era racista, e os que prosseguirem mantendo este julgamento, não estão mais no terreno da razão, mas, no da crença, crença pessoal e ideológica, de que Barroso era racista. Não conheço toda a Obra de Gustavo Barroso, que é imensa - só perde para Coelho Netto em número de livros publicados -, mas, já li todos os seus Livros Integralistas, vários anteriores ao Sigma, e diversos posteriores ao fechamento ilegal da A.I.B. pelo funesto Estado Novo, e, adianto, que nada encontrei neles que justificasse a afirmação de que Gustavo Barroso era racista. Portanto, concluindo, não estou no terreno da crença, mas, no da Verdade, no da autêntica Ciência Histórica, no terreno dos fatos e dos documentos, e, portanto, posso afirmar com toda a Razão: Gustavo Barroso era anti-racista.
Antes de finalizar, não posso deixar de abordar um aspecto que ficou em aberto mais acima: Não seria exagerada a opinião de Gustavo Barroso em atribuir aos judeus um posição racista? Ora, todos nós que convivemos com judeus, por qualquer razão, podemos dar o nosso testemunho de que os mesmos não são racistas, muito pelo contrário. Então, como explicar a surpreendente generalização de Barroso? Na época em que escreveu sua denúncia, a maioria dos judeus no Brasil eram estrangeiros, recém chegados, portanto, com as cautelas comuns aos imigrantes – judeus ou não -, o que reforçaria o estereótipo do judeu que não quer integrar-se na Vida Nacional. Nós, que vivemos sete décadas depois, quando duas gerações de judeus – filhos e netos daqueles imigrantes -, não só nasceram, mas se deixaram assimilar perfeitamente pelo nosso Povo, sendo bons Brasileiros, sem os pruridos exclusivistas de seus avós, temos uma visão da colônia judaica de que não poderia dispor o ínclito Gustavo Barroso. Evidentemente, não estou dizendo que não existam judeus racistas, eles existem e são ativos, como o prova – só para citar um exemplo -, o artigo da revista judaica “Veja”, de tempos atrás, onde os judeus – também tomados generalizadamente – são apresentados como superiores aos demais Povos.
Outrossim, entre os próprios judeus há manifestações de anti-judaismo, e exemplo famoso e inquestionável é o do judeu Kyssel Mordechai, mais conhecido por Karl Marx, que no seu “A Questão Judaica”, denuncia generalizadamente o judaísmo. Portanto, se algum fanático, desses que vêem nazistas até debaixo da cama, quiser vir com acusações ridículas, sugiro que vá primeiro fazer uma auto-crítica junto dos seus pares e depois, venham... nos pedir desculpas – aos Soldados de Deus e da Pátria – pelas injúrias que sempre assacaram contra o Integralismo.
(Obs.: Em todas as transcrições o autor conservou a ortografia da época)
Friday, October 15, 2010
Gustavo Barroso, racista?
Por Sérgio de Vasconcellos
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