Cruzado sou
Cruzado sou. Envergo uma couraça,
Jurei meus votos num missal aberto.
– eu me persigno em nome do Encoberto.
Alto, bem alto, quando a lua passa,
a lua me dirá se o avisto perto.
Eu me persigno – ou seja noite baça,
ou rompa o dia, com o sol desperto.
Meu S. Cristóvão, de menino ao ombro,
ó Portugal, – eu me comovo e assombro –
nas tuas mãos ergueste o mundo inteiro.
Entrei por ti na religião da Esperança,
Pois na alvorada que de além avança,
vem tu vestir-me o arnez de cavaleiro!
António Sardinha, in Pequena Casa Lusitana
1 comment:
Olá, companheiro Victor.
Excelente poema. Sempre trazendo aqui novidades enriquecedoras.
Att,
Leandro CHH
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