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Monday, January 10, 2011

Carta aos companheiros do Ceará

Prezados companheiros do Ceará! Camisas e Blusas-Verdes da Revolução Integralista e das Legiões do Sigma de todas as regiões da Terra de Sol, imortalizada pelo grande Cearense, Brasileiro e Integralista Gustavo Barroso! Homens e mulheres do Sertão e da Praia, filhos e filhas do “País do Ceará Grande” de que falava o também grande Cearense, Brasileiro e Integralista Gerardo Mello Mourão! Escutai nossas singelas palavras!


O Movimento do Sigma tem vivido um momento de rara expansão em todo o Brasil e, particularmente no Nordeste, e o Ceará - a assinalada Província de José de Alencar e de António Conselheiro, de Farias Brito e do Padre Cícero, de Gustavo Barroso e de Gerardo Mello Mourão – tem desempenhado um papel importantíssimo nesse processo. Estamos certos de que vós outros tendes a honra e o privilégio de viver os primeiros dias de um ciclo de expansão da Ideia Integral que somente se encerrará quando a Província dos “verdes mares bravios” do poema em prosa de Alencar se tornar mais verde do que nunca, mesmo na década de 1930, quando o Integralismo aí teve, como bem sabeis, uma tremenda força e um nível de penetração invejável em todos os segmentos da Sociedade. Então o Sertão Cearense transformar-se-á em um mar bravio de Camisas e Blusas-Verdes. E o Ceará será um exemplo, um modelo para todo o Brasil Integral.

O Integralismo tem um dever a cumprir, como escola de Ética, Moral e Civismo destinada a engendrar, uma vez mais, uma verdadeira e autêntica elite nacional; como Atalaia e Sentinela do Brasil Profundo, Autêntico e Verdadeiro, ora ameaçado pelas forças do antiBrasil; como despertados das indômitas forças adormecidas no seio deste grande Império do Ontem e do Amanhã. E estamos certos de que vós outros, filhos e filhas do Ceará, desempenhareis com rigor e vigor o papel que vos cabe na missão, dura porém nobre, da Doutrina e do Movimento do Sigma.

Não podemos e não devemos, contudo, nos estender além do que já nos estendemos. Encerramos, pois, com as palavras do Filósofo Cearense Raimundo de Farias Brito, precursor do Integralismo e arauto da restauração do Primado do Espírito, quando este prevê a nossa vinda:

“Ouve-se como que o ruído de uma música distante, a harmonia longínqua de um canto de guerra, como a anunciar a invasão de um exército salvador, em campo de batalha onde já começavam a fazer sentir os efeitos desastrosos da desolação e do terror, a previsão e a certeza da vitória do inimigo. Despertam energias ocultas que dormiam ignoradas no fundo da consciência” [1].



Victor Emanuel Vilela Barbuy, Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira. São Paulo, 27 de dezembro de 2010.







[1] BRITO, Raimundo Farias, apud SALGADO, Plínio. A Quarta Humanidade. 1ª ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio-Editora, 1934, p. 131.

Thursday, June 22, 2006

Farias Brito e a Filosofia do Espírito


Por Fernando Rodrigues Batista

Um personagem de Chesterton, em "A Esfera e a Cruz", quebrava a bengaladas as vidraças de um jornal que ofendia a Mãe de Cristo, era uma forma de fazer frente a seus opositores e do cristianismo.
Nesta linha de raciocínio, no Brasil, Raimundo Farias Brito (1862-1917), notável filósofo cearense, hoje tão olvidado dos meios intelectuais, espancava seus antagonistas com o vigor de sua pena, sobretudo àqueles pertencentes ao que ele alcunhou de "filosofia do desespero", a saber, o fenomenismo de Hume; o criticismo de Kant; o positivismo de Augusto Comte.
A obra erigida pelo portentoso pensador pátrio contribuiria em nosso tempo, para pôr cobro à faina demolidora, esse insulamento trágico do existir – conforme expressão de Elias Tejada – que é a regra dos desbocados existencialismos modernos, seja o cristão de Soren Kierkegaard, ou o heideggeriano, ou mesmo o existencialismo ateu de Sartre.
Farias Brito entendia que, a filosofia, fornecendo uma interpretação da existência, dá-nos ao mesmo tempo a compreensão do nosso destino.
Novalis, de uma certa feita, ensinou que, só um artista pode adivinhar o sentido da vida. Nesse sentido, Carlos da Veiga Lima, em estudo referente à obra de Farias Brito, dizia em certa altura: "E haverá maior artista que o filósofo?... A filosofia é a arte suprema... arte para nosso filósofo, não é senão, energia criadora do ideal".
A realidade é uma afirmação do espírito, e só o espírito atrai o pensamento, dando-lhe força pragmática, modelando como IDÉIA FORÇA que coordena o obscuro mecanismo da nossa personalidade e da realidade à nossa consciência e eficácia a idéia (Carlos da Veiga Lima). Somente através da filosofia se pode alargar o horizonte humano da vida moral e chegar ao heroísmo da vida religiosa. Acerca do assunto, consoante a lição do insuspeito Willian James, filosofo do pragmatismo, "... é no heroísmo bem sentimos, que se acha escondido o mistério da vida... é abraçando a morte q se vive a vida mais alta, mais intensa, mais perfeita, profunda verdade de que o ascetismo foi sempre no mundo campeão fiel. A loucura da Cruz conserva uma significação profunda e viva". (W. James, in L´experience religiouse).
Farias Brito foi um inovador, um paladino do espírito, se colocou em combate num campo onde se encontravam adversários do estofo de um Tobias Barreto e de uma plêiade de intelectuais seguidores de Augusto Comte e Herbert Spencer, merecendo a justa homenagem do conspícuo professor Câmara Cascudo, que com a loquacidade que lhe era peculiar, definiu o homem e autor de "Finalidade do Mundo", como, "singular operário, obstinado e tranqüilo, batendo uma silenciosa bigorna, um aço que resistiria à ferrugem de todas as indiferenças, destinado a relampejar, ao calor do sol, como uma aura de esplendor e sucesso".
É notório verificar, não sem preocupação, que a juventude, pensante ou não, ainda sofre os influxos da putrefação filosófica, se deleitando nas leituras dos próceres do pensamento materialista, Hegel, Marx, Feuerbach, Heidegger, Kant... se tornando infensos a vigorosidade da "Filosofia do Espírito" do saudoso pensador cearense. Cabe proclamar com exaustão, que para Farias Brito, é o Espírito que elabora idéias, produz o pensamento, cria a ciência, interpreta o universo.
Entendemos que tudo quanto escreveu, foi para os olhos de nossa geração, que caminha como fardo sem endereço, em busca de um relâmpago interior que seja inoculado em suas almas, impulsionando-os às culminâncias mais elevadas, dando significado e dignidade ao seu destino.
Corroborando com tudo quanto dissemos, cabe ressaltar a indelével sentença de um ilustre pensador lusitano: "... os homens passam com o seu tropéu de ódios, com o seu cortejo de violências, mas que não passa jamais toda afirmação que é feita com amor e servida com sinceridade".